A pandemia da Covid-19 impactou diversas atividades econômicas desde a sua decretação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2020. E os setores que mais sofreram foram aqueles que se baseavam na presença física dos consumidores, como o de serviços.
Em resumo, a alta transmissibilidade do coronavírus e a falta de vacinas fizeram as nações promoverem os famosos lockdowns para evitar a disseminação do vírus. Essas medidas acabaram afundando o setor de serviços, principalmente em 2020. Aliás, a cada nova onda de contaminação da Covid-19 causava temor entre os setores que dependiam da circulação de pessoas, como o de serviços.
Com a melhora da situação no Brasil, o setor se mostrou mais confiante em março. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 3,0 pontos neste mês, primeiro avanço desde outubro de 2021.
“Depois de quatro quedas consecutivas, a confiança de serviços voltou a subir. O resultado positivo do mês foi influenciado tanto pela melhora das expectativas quanto pela percepção de aumento no volume de serviços prestados no momento”, explicou o economista da FGV, Rodolpho Tobler.
“O avanço da confiança parece estar relacionado com a melhora da pandemia, em especial nos segmentos que dependem mais da circulação de pessoas”, acrescentou Tobler.
Cenário econômico ainda causa preocupação ao setor
Embora a confiança do setor de serviços tenha avançado em março, a situação econômica do Brasil e do planeta ainda causam preocupação. No âmbito doméstico, o aumento dos juros para conter a inflação bastante elevada tende a reduzir o poder de compra do consumidor. Com isso, o crescimento econômico do país fica limitado.
Já no cenário internacional, a guerra entre Rússia e Ucrânia também segue no radar dos mercados. A saber, os países já promoveram diversos encontros nestes 35 dias de guerra, mas ainda não houve acordo de cessar-fogo.
“Ainda é preciso cautela sobre os próximos meses, o cenário macroeconômico negativo e a confiança baixa dos consumidores não permitem confirmar que essa alta seja a volta do caminho de recuperação observado no ano passado. Será preciso esperar por novos resultados favoráveis”, disse Tobler.
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