O Ex-Juiz da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba anunciou essa semana que será candidato a presidência da república em 2022, aproveitando-se da vantagem de ser um nome conhecido nacionalmente por conta da operação Lava-jato, Sergio Moro desponta como uma das candidaturas mais promissoras dentro da chamada terceira via, tendo como principais concorrentes dentro desse campo o atual governador Eduardo Leite (RS), a senadora Simone Tebet (MS) e o ex-governador (CE) e ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes.
Sergio Moro ganhou projeção nacional a partir do combate a corrupção, em atuação conjunta com o MPF na figura do ex-procurador Deltan Dallagnol, no entanto, em muitos momentos as ações promovidas pela dupla foram marcadas por excessos e transgressões na aplicação da lei. Esse fato acabou criando inúmeros questionamentos diante da imparcialidade e lisura da operação Lava-Jato, tais práticas consideradas incomuns no meio jurídico, acabaram favorecendo os réus, pois passados alguns anos poucos são os que ainda estão presos ou cumprindo algum tipo de pena.
Além da marca de grande “caçador” de corruptos, Sergio Moro também ficou conhecido por ser um “amante” dos holofotes e da mídia, não era incomum ver o então juiz usando gravata borboleta e recebendo inúmeros prêmios em várias partes do país, congratulando-se com políticos, empresários e artistas. Uma postura nada condizente com o cargo de Juiz, que deve sempre ter sua postura pautada pela imparcialidade, seriedade e discrição.
Fonte: EL PAÍS
Após pedir exoneração do cargo de Juiz Federal em 2018, Sergio Moro assume o ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro, ficando no cargo até abril de 2020, até o desentendimento com o presidente por conta de possíveis interferências do poder executivo junto a Polícia Federal. De sua saída do ministério da Justiça até a presente data, Moro se manteve distante dos problemas do país, praticamente tomando uma postura de observador, evitando assim desgastar ainda mais sua imagem após a saída do governo.
As Credenciais de Moro para concorrer à presidência da república
Diante da situação que o Brasil se encontra, não basta ser conhecido nacionalmente ou pautar única e exclusivamente o discurso de combate a corrupção para alcançar a vitória. É preciso debater o controle da inflação, a geração de emprego, melhoria da saúde e da educação, combate à violência e principalmente ter um projeto claro de desenvolvimento, a partir da criação de tecnologia própria, com produção nacional, que tem sido há muito o principal gargalo do Brasil.
Moro terá a sua frente um duro campo de batalha, precisará responder por que não agiu com o mesmo rigor diante dos claros e evidentes atos de corrupção praticados durante o governo de Michel Temer, explicar por que enquanto fez parte do governo Bolsonaro se manteve calado diante da reforma da previdência, da privatização de empresas estratégicas para o país, e foi omisso diante dos discursos antidemocráticos proferidos pelo presidente da república. É válido lembrar uma frase de Dante Alighieri, autor da Divina Comédia: “no inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.
Sergio Moro tem a seu favor o fato de que dos 5 presidentes eleitos no Brasil após a redemocratização, 4 tinham baixa ou nenhuma experiência com a administração pública executiva (FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro), apenas Fernando Collor de Melo já havia sido governador (AL) antes de assumir a presidência. A vitória de Sérgio Moro pode resultar numa história que o Brasil já conhece, “mais do mesmo” a gestão de um indivíduo sem experiência no ramo, mas que é favorecido por uma postura passional do eleitorado, que se apega mais a figura enaltecida de um sujeito, do que propriamente a análise de um projeto claro para o país.
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Professor Jorman Santos:
- Instagram: @professorjorman
JAMAISSSSS!!!!! O SR. FOI A MAIOR DECEPÇÃO DA POLÍTICA NOS ÚLTIMOS ANOS. DIGO NÃO 👎, NÃO TERÁ MEU VOTO NUNCA!
Esse cara se aproveitou do contexto político pra barganhar posto
Não leva meu voto. Aquela palhaçada de prostituição na Lava Jato expôs muita coisa ruim
O Ciro ainda tem chance comigo. Problema é que ele está metendo o pau na esquerda querendo levar os eleitores de Bozo arrependidos, querendo ser a terceira via a ferro e fogo