Em busca de “fisgar” o eleitor evangélico, o ex-juiz e agora pré-candidato à presidência Sergio Moro (Podemos) afirmou que defende a atual lei sobre o aborto e que pretende, caso eleito, manter a imunidade tributária das igrejas.
As declarações do político foram feitas na noite de segunda-feira (07) durante um evento realizado em uma igreja em Juazeiro do Norte, no Ceará. Na ocasião, o ex-ministro leu um texto intitulado “Carta de Princípios para os Cristãos”.
No documento, entre as inúmeras promessas, está escrito que, caso seja eleito, o ex-juiz da Lava Jato irá defende a “não ampliação da legislação em relação ao aborto” e fará “a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações, conforme lei brasileira em vigor”.
Hoje, conforme expresso no Código Penal, o aborto no Brasil é considerado crime, exceto em três ocasiões:
- Gravidez fruto de um estupro;
- Gestante correndo risco de morte;
- Casos em que o feto é identificado com anencefalia.
Em outro momento, Sergio Moro afirmou que pretende manter os benefícios legais e constitucionais que recaem sobre às organizações religiosas atualmente, “bem como a imunidade tributária e o direito de acomodação dos dias sagrados”.
Ainda na carta, o representante do Podemos afirmou que irá “valorizar a autonomia da instituição familiar, respeitará as preferências afetivas e sexuais de cada indivíduo e preservará os direitos de cada um”.
“O Estado deve evitar ao máximo invadir a esfera da liberdade privada, assim como deve preservar as crianças e adolescentes da sexualização precoce”, diz Sergio Moro, que tenta angariar votos do público evangélico, uma das maiores bases eleitorais do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sergio Moro pré-candidatura
Assim como publicou o Brasil123, Sérgio Moro se filiou ao Podemos e entrou, de fato na política, no mês de novembro do ano passado, tornando-se representante do partido na disputa pela presidência nas eleições deste ano.
Antes disso, Sergio Moro ganhou notoriedade durante a Operação Lava Jato. Ele deixou a magistratura em 2018 para assumir o posto de Ministro da Justiça do governo Bolsonaro, mas saiu em abril de 2020 acusando o presidente de ter tentando interferir na Polícia Federal (PF).
No ano passado, em junho, Sergio Moro e a Lava Jato voltaram à tona, pois ele foi considerado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nas condenações que proferiu contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto estava à frente da operação. Por conta disso, os ministros da Corte anularam as decisões do ex-juiz sobre o petista, o que o fez retornar ao cenário político.
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