Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz federal e eleito Senador pelo estado do Paraná, criticou nesta segunda-feira (19) a soltura de Sergio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro que foi condenado a mais de 390 anos por corrupção. A prisão do ex-governador se deu por conta da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), que teve Sergio Moro como um dos juízes responsáveis.
No Twitter, o senador eleito pontuou que se vive hoje em tempos “desafiadores”. “Sergio Cabral solto, a responsabilidade fiscal abandonada, as estatais ameaçadas pela volta do loteamento político. Vivemos tempos desafiadores nos quais a honestidade parece ter sido banida”, escreveu ele, completando que, no Senado, lutará para “restabelecer a verdade e a justiça”.
Sergio Cabral solto
Na última sexta-feira (16), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder liberdade para o político. O ex-governador, que deve ser solto nesta segunda, estava cumprindo prisão preventiva desde 2016. As prisões preventivas não têm prazo definido, mas precisam ser revistas a cada 90 dias pelo juiz responsável e podem ser determinadas para evitar interferências em investigações ou a continuidade de crimes, por exemplo.
A defesa do ex-governador reclamou sobre o longo tempo da prisão, justificando que Sergio Cabral sequer tem influência sobre a política carioca atualmente – este foi um dos motivos para a sua prisão preventiva em 2016. Para o entendimento jurídico, Sergio Cabral ainda não havia começado a cumprir a pena no processo, pois ainda existe a possibilidade de recurso.
Em sua análise do caso, o ministro do STF Gilmar Mendes votou com conceder prisão domiciliar ao ex-governador. Na ocasião, ele ainda observou que não estava julgando o mérito dos crimes cometidos por Sergio Cabral, mas sim a duração da prisão preventiva. Por conta de decisão vinda do Supremo, a defesa do ex-governador publicou uma nota dizendo que a Corte “reconheceu a ilegalidade de se manter preso o ex-governador Sérgio Cabral”.
Além disso, os representantes do ex-governador ressaltaram que ele ficará em prisão domiciliar “aguardando a conclusão das demais ações penais e confia em uma solução justa, voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde”.
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