Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, foi condenado a mais 17 anos de prisão. A condenação, publicada na sexta-feira (20) e determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal carioca, deu-se pela acusação de que o ex-chefe do Executivo estadual recebeu R$ 78,9 milhões em propinas da Odebrecht em obras realizadas na capital no início do seu primeiro mandato.
Com as investigações, que começaram a partir das diligências da extinta Operação Lava Jato, o Ministério Público Federal (MPF) constatou que o ex-governador recebeu repasses indevidos para as seguintes obras:
- Reforma do estádio do Maracanã para a Copa de 2014;
- E obras da linha 4 do metrô e do Arco Metropolitano e na urbanização da favela do Alemão com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
Conforme aponta o processo, as primeiras suspeitas contra Sérgio Cabral foram levantadas depois da delação premiada de executivos que trabalharam na Andrade Gutierrez, empresa que participou das obras citadas anteriormente.
Para o juiz Marcelo Bretas, Sérgio Cabral “mercantilizou” seu cargo como governador e foi o “principal idealizador e articulador” do suposto esquema de corrupção.
“Nada mais repugnante do que a ambição desmedida de um agente público que, tendo a responsabilidade de gerir o atendimento das necessidades básicas de milhões de cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, opta por exigir vantagens ilícitas a empresas”, disse o magistrado.
Além o ex-governador, outras quatro pessoas foram condenadas por Marcelo de Bretas:
- Wilson Carlos, ex-secretário de Governo – 18 anos, 11 meses e 12 dias;
- Hudson Braga, ex-secretário de Obras Hudson Braga – 15 anos, um e 25 dias;
- Heitor Lopes de Sousa Junior, ex-diretor da RioTrilhos – nove anos e quatro meses;
- E Wagner Jordão Garcia, ex-assessor da Secretaria de Obras do Rio – cinco anos e 11 meses.
Sérgio Cabral transferido
O ex-governador está preso desde 2016. Ele estava detido na penitenciária de Bangu, no Rio de Janeiro, mas, no começo deste mês, acabou sendo transferido para o quartel dos Bombeiros. O motivo: suspeitas de regalias na unidade prisional.
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