Milhares de brasileiros, e veja só, você talvez esteja entre eles, podem receber um PIX recheado. Trata-se de uma indenização de R$ 30.000 do Serasa.
A saber, a origem dessa questão se deu por conta de um escândalo de vazamento de dados pessoais, trazido à tona pelo Instituto Sigilo, um defensor dos direitos e privacidade dos cidadãos brasileiros.
Serasa e o Mercado de Crédito
Antes de tudo, cabe ressaltar que o Serasa atua fortemente no mercado de crédito brasileiro. Como uma das principais agências de crédito do país, ela armazena e analisa uma grande quantidade de dados pessoais e financeiros dos consumidores.
Assim, são dados essenciais para avaliar a credibilidade e a capacidade de pagamento de indivíduos e empresas.
Na prática, bancos, instituições financeiras e empresas de varejo dependem desses dados para tomar decisões informadas sobre concessão de empréstimos, aprovação de crédito e outras transações financeiras.
Então, ao fornecer esses insights, o Serasa ajuda a reduzir o risco de inadimplência e a promover um mercado de crédito mais saudável e confiável.
Proteção de Dados
O Serasa é obrigado a seguir rigorosas normas de proteção de dados, como estabelecido na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) do Brasil.
Aliás, para quem não está familiarizado, cabe explicar que esta lei exige que todas as entidades que lidam com dados pessoais adotem medidas adequadas para proteger essas informações de acessos não autorizados, vazamentos ou qualquer forma de tratamento inadequado.
No entanto, a falha do Serasa em proteger esses dados, como evidenciado no recente vazamento, não só viola a confiança do consumidor, mas também levanta sérias questões sobre as práticas de segurança de dados na indústria financeira brasileira.
Indenização do Serasa
De acordo com o Instituto Sigilo, aproximadamente 223 milhões de brasileiros foram afetados por um vazamento de dados massivo.
Em suma, a Serasa teria vendido ilegalmente dados pessoais, incluindo históricos de compras, endereços de e-mail, informações da Previdência Social, renda, dados da Receita Federal, e detalhes de cartões de crédito e débito.
Com isso, em resposta, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou uma indenização de R$ 30 mil para cada indivíduo afetado.
Ainda mais, o MPF também impôs uma multa de 10% do faturamento anual do Serasa, com um mínimo de R$ 200 milhões.
Além disso, exige que a empresa notifique todos os afetados sobre o vazamento.
Para concluir, cabe mencionar que o incidente ocorreu em 2021, e já resultou em uma condenação do Serasa pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Agora, uma nova condenação é solicitada na Justiça Federal de São Paulo.