Flávio Bolsonaro (PL), senador e coordenador da campanha do pai, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quinta-feira (30), durante entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, que não será possível conter uma eventual revolta dos apoiadores do atual chefe do Executivo caso ele não seja eleito.
“Como a gente tem controle sobre isso?”, afirmou Flávio Bolsonaro após ser questionado se o pai endossaria uma reação como a ocorrida em janeiro de 2021, no Estados Unidos, quando pessoas invadiram o Capitólio depois da derrota do ex-presidente Donald Trump.
“No meu ponto de vista, o Trump não tinha ingerência, não mandou ninguém para lá. As pessoas acompanharam os problemas no sistema eleitoral americano, se indignaram e fizeram o que fizeram”, disse o senador. “Não teve um comando do presidente e isso jamais vai acontecer por parte do presidente Bolsonaro. Ele se desgasta. Por isso, desde agora, ele insiste para que as eleições ocorram sem o manto da desconfiança”, completou Flávio Bolsonaro.
Apesar da fala de Bolsonaro, uma ex-assistente da Casa Branca afirmou nesta semana que o ex-presidente americano tentou assumir o volante de uma limusine presidencial. O objetivo: juntar-se aos apoiadores que estavam indo para o Congresso no dia da invasão ao Capitólio.
Ainda durante a entrevista, Flávio Bolsonaro foi perguntado se o pai aceitaria um possível revés nas eleições deste ano. Na ocasião, o senador, sem responder que sim ou que não, resumiu-se em dizer que o presidente “pede uma eleição segura e transparente”. “Por que não atende às sugestões feitas pelo Exército se eles apontaram que existem vulnerabilidades e deram soluções? A bola está com o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, afirmou o senador durante a entrevista.
Na semana passada, Edson Fachin, presidente do TSE, abriu prazo de 15 dias para que entidades como a Polícia Federal (PF) e as Forças Armadas se inscrevam para participar do processo de fiscalização das urnas eletrônicas. O prazo foi aberto depois que Anderson Torres, ministro da Justiça, levantou a “possibilidade” de a Polícia Federal desenvolver “programas próprios de verificação” de votos.
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