O senador Marcos do Val (Podemos) foi alvo de muitas críticas na noite de sábado (26) após uma publicação onde ele compartilha uma captura de tela mostrando sua conta bancária negativa. Hoje, o parlamentar recebe um salário de R$ 33,7 mil, além de benefícios como auxílio-moradia em Brasília e “agrados” como carro com motorista e reembolso de gasolina.
A publicação foi criticada muito por conta da realidade atual da maioria dos brasileiros – hoje, mais de um terço dos trabalhadores recebem até um salário mínimo no Brasil e menos de 90% das pessoas ganham menos de R$ 3.500.
“Para os que pensam que tenho regalias e salários milionários, segue o extrato da minha conta”, publicou o senador, dizendo que, em sua carreira anterior, recebia “a cada dois dias”, o que recebe atualmente por mês como político, “E ainda tendo que ouvir ataques, ofensas e ingratidão”, publicou.
Após o post, uma das críticas foi publicada pela influenciadora digital Nath Finanças, especialista em educação financeira voltada para pessoas de baixa renda. “Se o senhor não consegue administrar seu dinheiro ganhando mais de 30 mil por mês, quem nos garante que consegue administrar as contas públicas de um país?”, questionou ela.
Em outra publicação, uma internauta afirmou que o salário que o parlamentar considera insuficiente diz mais sobre a capacidade dele de administrar do que sobre sua posição social. “Seu salário o coloca dentre os 1% mais bem-pagos do Brasil, excluídos aí os adicionais de auxílio moradia, verba de gabinete, passagens aéreas”, afirmou.
Neste domingo (27), o senador, em entrevista ao portal “UOL”, afirmou que não é milionário, completando ainda que qualquer brasileiro pode se candidatar ao Senado. “Não posso me sentir culpado porque é um cargo público que qualquer um pode concorrer. Não estou ocupando um lugar eterno, é aberto ao povo e qualquer um pode se eleger”, disse.
Segundo o senador, ele tem muitos gastos com seu salário e seu padrão de vida mudou muito desde que ele foi eleito. “Muita gente acha que as pessoas vão para a política para enriquecer. Hoje o apartamento em que estou residindo é do tamanho de um quarto que eu tinha na casa”, afirmou ele, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi um dos defensores do chefe do Executivo durante a CPI Da Covid-19.
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