O senador Rogério Carvalho (PT-SE) fez alegações graves em relação ao ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Carvalho asseverou que Vasques proporcionou assistência para esforços de golpe durante seu período à frente da instituição.
Com isso, durante um depoimento na CPI, instaurada para investigar os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro. Vasques refutou qualquer insinuação de que a corporação tenha tentado interferir nas eleições de 2022. Tais alegações e contra-alegações trouxeram ainda mais controvérsias e complexidades para o cenário político atual.
“Ele participou de tudo, de todos os eventos onde se tramou, que a cada dia que passa a gente vê as revelações da quebra de sigilo do coronel Cid que vai revelando que houve toda uma organização para justificar o golpe. E o Silvinei Vasques participou de todo o processo de preparação e mobilização”
Senador Rogério Carvalho comenta desafios enfrentados pela CPI
Com isso, durante a entrevista, o senador Rogério Carvalho também comentou sobre os desafios enfrentados na CPI que investiga os atos golpistas. Nessa ocasião, a CPI foi forçada a uma paralisação temporária devido a um conflito entre a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) e o deputado bolsonarista Éder Mauro (PL-PA).
Conforme explicado por Carvalho, a tendência é que essa CPI apresente ainda mais disputas do que a CPI da Covid. Nesse sentido, o senador endossou essa visão. Com isso, culpando diretamente alguns deputados pelos problemas em andamento na comissão.
Por fim, o senador Rogério Carvalho fez uma observação a respeito da geração atual de deputados que tem entre 20 e 30 anos de idade. Segundo ele, esses parlamentares podem possuir “hormônios demais” e “maturidade de menos” para lidar adequadamente com situações de confronto e contradições.
Confusão na sessão da CPI
Durante a sessão de terça-feira, uma acalorada discussão entre a relatora Elizane Gama e o deputado Eder Mauro (PL-PA). Que não é membro da comissão, levou à interrupção temporária dos trabalhos pelo presidente Arthur Maia (União-BA).
Com isso, a disputa verbal iniciou quando Elizane Gama questionou o ex-diretor-geral da PRF sobre um incidente ocorrido em Goiás, no ano de 2000. Na ocasião, Vasques foi acusado de agredir um frentista em um posto de gasolina, o que resultou em uma recomendação para sua demissão. Eder Mauro, em resposta, saiu em defesa de Vasques.
Apesar da recomendação para a demissão de Vasques, a decisão não se concretizou devido à prescrição do caso. No entanto, a vítima do incidente recebeu uma indenização de R$ 53 mil, paga pela União, o que adicionou mais uma camada de controvérsia ao caso.
MPF afirma que Vasques usou cargo para promover candidatura de Bolsonaro
O MPF afirma que Silvinei Vasques utilizou a instituição policial e seu cargo público para promover a candidatura de Bolsonaro, realizando atos intencionais contra a Administração Pública durante a véspera do segundo turno das eleições. Vasques respondeu à acusação da seguinte maneira:
“As fotos que eu tenho com o presidente Bolsonaro é porque ele me permitiu tirar. Utilizei da minha hora de folga, postei na minha hora de folga. O cargo nunca foi usado em benefício meu e muito menos dele (Bolsonaro). Não seria eu que mudaria o resultado da eleição”
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