Para o Ciro Nogueira (PP), uma possível inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornaria o ex-chefe do Executivo ainda mais forte politicamente falando. Na declaração, dada na noite desta quinta-feira (23), em uma entrevista ao canal “Globo News”, o senador ainda defendeu que Bolsonaro seja candidato em 2026.
Polícia Federal prende suspeito de ensinar tática de guerrilha a bolsonaristas radicais
“Se cometerem essa injustiça […], ele vai se tornar muito mais forte. O Bolsonaro inelegível vai ficar muito mais forte do que ele elegível”, afirmou ele, completando que a prioridade é a candidatura do ex-presidente. Isso porque, de acordo com o parlamentar, a “política tem fila”.
Nesse sentido, relata o senador, caso Bolsonaro não possa concorrer, o grande nome após o dele para disputar a presidência é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “pela forma como ele tá conduzindo o governo de São Paulo, pelo tamanho de São Paulo”.
Por fim, o senador ainda falou sobre a possibilidade de Michelle Bolsonaro ser candidata à presidência em 2026. Isso, caso o marido esteja fora da disputa. Para Ciro Nogueira, em sua visão, a ex-primeira-dama seria “uma excelente candidata ao Senado” ou a vice.
Bolsonaro inelegível
Hoje, tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação que pode tornar o ex-presidente inelegível. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) em questão foi apresentada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que questiona uma reunião convocada por Bolsonaro, em julho de 2022, onde o agora ex-presidente chamou embaixadores e, sem provas, realizou uma série de ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral.
Na semana passada, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, prestou depoimento no âmbito da ação e falou sobre a minuta de um decreto encontrado em sua casa. A oitiva foi feita por conta de uma determinação do corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, visando esclarecer a minuta achada em sua residência no mês de janeiro.
Ao justificar a oitiva, o ministro afirmou que o decreto que tratava sobre a minuta pode ter relação com a apuração da legalidade da reunião com embaixadores, que como citado, pode deixar Bolsonaro inelegível, impossibilitando que, desta forma, ele participe de futuras disputas eleitorais.
“Questão controversa, admitida ao debate, é se a repercussão eleitoral do discurso e sua gravidade podem ser evidenciadas pela minuta de decreto de Estado de Defesa apreendida em 13/01/2023 pela Polícia Federal na residência de Anderson Torres”, afirmou o ministro na ocasião.
Leia também: MP de Contas quer que joias de Bolsonaro sejam guardadas em agência da Caixa após entrega