O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) revelou neste sábado (30) ter apresentado uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte investigue as acusações feitas ao também senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Assim como publicou o Brasil123, uma matéria da revista “Veja” apontou um suposto esquema de “rachadinha” que culminou no desvio de R$ 2 milhões no gabinete do ex-presidente do Senado e atual chefe da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da casa.
De acordo com a reportagem, existia um esquema de contratação de assessores parlamentar fantasmas no gabinete do senador, o que fazia com que grande parte dos vencimentos dessas pessoas ficassem retidos.
Prova disso é que, segundo a matéria, essas pessoas tinham previsão de receber entre R$ 4mil e R$ 14mil pagos pelo Congresso Nacional. Todavia, raramente o valor que ficava com os contratados passava de R$ 1,3mil.
Na notícia-crime, Alessandro Vieira diz que o STF deve promover “a imediata apuração dos fatos” e a colheita dos depoimentos das testemunhas, para que se evite a “lenta ou nenhuma apuração de fatos graves envolvendo autoridades”.
“Não se pretende — repise-se — atribuir sumariamente culpa ao senador Davi Alcolumbre, mas apenas levar ao conhecimento desta Corte fatos que, se vierem a ser reputados verdadeiros, merecem a devida e ulterior responsabilização”, destacou o senador no documento.
Senador nega “rachadinha”
Em nota, Alcolumbre negou as denúncias e ainda chamou a prática de confiscar salário de servidores de atitude “repudiável”. “Sou surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e até mesmo o repudiável confisco de salários”, começou.
“Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados, que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem”, escreveu Alcolumbre, que ainda afirmou que vem sofrendo uma campanha difamatória sem precedentes.
“Há algumas semanas soltei nota à imprensa informando que não aceitaria ser ameaçado, intimidado e tampouco chantageado. Pois bem, além de repetir firmemente o mesmo posicionamento, acrescento que tenho recebido todo tipo de ‘aviso’, enviado por pessoas desconhecidas, que dizem ter informações sobre uma orquestração de denúncias mentirosas contra mim”, finalizou o parlamentar.
No entanto, na notícia-crime, Alessandro Vieira rebate a alegação de Alcolumbre, dizendo não ter como alguém não saber que tal atividade acontecia em seu gabinete. “É despiciendo dizer que não pode alegar desconhecimento do que se passa em seu próprio Gabinete – ainda mais considerando-se, segundo o conteúdo veiculado, que as funcionárias ‘fantasmas’ nunca compareceram naquele recinto”.
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