As entidades representantes dos caminhoneiros convocaram uma nova paralisação marcada para esta segunda-feira, 1º de novembro. A greve dos caminhoneiros que se prolongou por dias, reúne diversos motoristas que reivindicam a revisão política no preço dos combustíveis. Mas este não é o único clamor da classe, pois os caminhoneiros também pedem que o Governo Federal se adeque ao piso mínimo do frete, bem como a aposentadoria especial ao cumprir os 25 anos de contribuição.
Contudo, esta foi apenas mais uma tentativa frustrada de greve no decorrer de 2021. É importante mencionar que as rodovias federais não foram afetadas pelos bloqueios de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, devidamente divulgadas pelo Ministério da Economia. Relatos de um caminhoneiro que percorreu a via entre Rio de Janeiro a São José dos Campos (SP), afirmaram não ter identificado nenhuma manifestação no caminho, conseguindo chegar tranquilamente ao destino.
Já em Santos (SP), uma manifestação foi interrompida pela Polícia Militar durante a madrugada desta segunda-feira, 1. A greve dos caminhoneiros havia sido comunicada no dia 16 de outubro, recebendo o apoio das centrais sindicais. No entanto, entidades do agronegócio que apoiaram a causa em ocasião anterior, decidiram não aderir ao movimento desta vez. É importante mencionar que no último sábado, 30, a Justiça proibiu o bloqueio de estradas de vários estados brasileiros.
A penalidade para quem descumprisse a determinação é uma multa que pode variar de R$ 5 mil a R$ 1 milhão. E foi justamente esta decisão que provocou a baixa adesão pela categoria nas estradas do país. É o que diz o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, uma das entidades responsáveis por iniciar a greve dos caminhoneiros. Ele ressaltou que o medo das multas iniciou a mobilização dos motoristas nas rodovias.
“Nós estamos com interdito proibitório, não pode botar o pé na pista sob pena de [ter que pagar] R$ 100 mil. Coragem para trancar a pista não nos falta, o que falta é dinheiro para pagar a indenização que eles querem cobrar”, declarou o diretor.
Ainda assim, Dahmer afirma que o primeiro dia de adesão à greve dos caminhoneiros demonstrou resultados positivos. Segundo ele, os caminhoneiros autônomos não fecharam as estradas, mas fizeram a paralisação em casa, os caminhoneiros que continuam o trajeto são aqueles contratados por grandes empresas.
A greve dos caminhoneiros se prolonga desde meados de setembro, tendo sido responsável pela paralisação de 15 rodovias de 16 estados brasileiros na ocasião. Vale lembrar que, desde o início, várias entidades da própria categoria não apoiavam a manifestação.
Tudo começou com as manifestações que ocorreram no 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, em evento convocado pelo presidente Jair Bolsonaro. Tão logo a situação se agravou quando o quilômetro 148 da rodovia Anhanguera foi bloqueado em Limeira (SP), sentido capital paulista. A concessionária responsável pelo trecho orientou os condutores a passar pela rodovia dos Bandeirantes.