O modelo da semana de cinco dias de trabalho foi adotado pelo americano Henry Ford e caiu no gosto de todo o mundo: diversas empresas adotam a semana produtiva, com jornada de trabalho de segunda a sexta-feira.
No entanto, uma nova tendência começa a ser testada em alguns países, a chamada semana de quatro dias. Em decorrência da pandemia do coronavírus, o modelo híbrido passou a ser utilizado com mais frequência e, com ele, veio a ideia de reduzir a quantidade de dias da jornada de trabalho.
Mesmo parecendo contraditório, países como o Reino Unido, Japão, Bélgica, Nova Zelândia e Portugal testam o novo modelo de reduzir horas de serviço para ganhar produtividade. Além disso, essa redução na jornada de trabalho não interfere na remuneração, ou seja, não há descontos.
Brasil começa a adotar a semana de quatro dias
O novo modelo já foi testado na Islândia. Com base em dois testes feitos, foi possível perceber que a redução da jornada de trabalho não representou nenhuma perda de produtividade ou baixa performance da empresa. Pelo contrário, muitos funcionários relataram uma redução nos níveis de estresse.
No Brasil, algumas empresas começaram a adoção da nova jornada e têm visto melhorias como eficiência, bem-estar dos trabalhadores, retenção de talentos e aumento de receitas. Por enquanto, as empresas que vêm aderindo à tendência são de tecnologia como a Crawly, NovaHaus, Winnin, AAA Inovação, Gerencianet e Eva.
A empresa Crawly, em Belo Horizonte, há quatro anos já adotou a redução da jornada. De acordo com Luísa Lana, gerente financeira da companhia, disse que a empresa fez ajustes nas agendas para que as entregas fossem feitas apenas nas quintas-feiras. Segundo Lana, com um dia a mais de folga os funcionários se sentem mais motivados na entrega de um melhor serviço e em permanecer na empresa.
Na companhia Eva Benefícios – em Ouro Preto (MG) –, mesmo com a satisfação dos colaboradores com a redução da jornada, o CEO Marcelo Lopes afirma, em nota para O Globo, que muitos têm dificuldade de se desligar do trabalho às sextas-feiras (dia de folga adotado pela empresa). Ele avalia que a mudança é lenta.
No entanto, a representante de Desenvolvimento de Vendas da Eva, conclui que mesmo com a dificuldade de adaptação em se desligar do trabalho, a folga é necessária para promover a saúde e o bem-estar do colaborador.
Folga no meio da semana
Assim como já adotado pela empresa de produtos para cachorro Zee.Dog, o dia de folga escolhido foi a quarta-feira. A ideia é de proporcionar a maior concentração das atividades no início e fim da semana, inserindo um dia de descanso para que o trabalhador faça um melhor equilíbrio da vida pessoal e profissional.
Segundo informado pelo portal O Globo, Thadeu Diz, cofundador e diretor criativo da empresa Zee.Dog afirma que com a adoção da nova jornada de trabalho as reuniões se tornaram mais objetivas e houve uma ajuda maior dos times, proporcionando que as entregas das demandas fossem realizadas com sucesso em menos tempo.
Veja também: Mais de 20% dos postos formais gerados na pandemia são de primeiro emprego