Nesta quinta-feira (08) foi realizada mais uma tradicional live do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), momento que o chefe do Executivo usa para comentar sobre o cenário político do país. No encontro, Bolsonaro afirmou que não responderá à carta protocolada no Palácio do Planalto na qual a cúpula da CPI da Covid-19 pede para ele comentar sobre as declarações do deputado Luis Miranda (DEM-DF).
De acordo com o deputado, ele e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, estiveram com Bolsonaro em uma reunião no dia 20 de março. Na ocasião, ele e o irmão denunciaram suspeitas de irregularidades no processo de compra da vacina indiana Covaxin.
Durante seu depoimento à CPI da Covid-19, Luis Miranda disse que, ao relatar as suspeitas ao presidente, ouviu do chefe do Executivo que isso “era coisa” do deputado Ricardo Barros (PP-PR), atual líder da gestão de Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
A carta, divulgada nesta quinta (08), foi assinada pelos senadores:
- Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI;
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice;
- E Renan Calheiros (MDB-AL), relator.
“Tomamos essa iniciativa de maneira formal, tendo em vista que no dia de hoje, após 13 (treze) dias, Vossa Excelência não emitiu qualquer manifestação afastando, de forma categórica, pontual e esclarecedora, as graves afirmações atribuídas a Vossa Excelência, que recaem sobre o líder de seu governo”, disse o documento.
Em resposta ao questionamento se iria ou não responder, Bolsonaro afirmou que não iria entrar em detalhes sobre a CPI da Covid-19, Comissão chamada por ele de “CPI do Renan Calheiros e do Omar Aziz”, que, ainda conforme o chefe do Executivo, “dispensa comentários”.
“Eu não vou responder nada para esses caras. Eu não vou responder nada para esse tipo de gente, em hipótese alguma. Que não estão preocupados com a verdade e sim em desgastar o governo. Por quê? O Renan, por exemplo, é aliadíssimo do Lula”, começou Bolsonaro.
“O cara quer a volta do Lula a qualquer preço. Então, não vou responder questão de CPI para esses caras, não é? Hoje foi, acho que, não sei se foi o Renan ou o Omar e o saltitante. Fizeram uma festa lá embaixo na Presidência entregando um documento para eu responder perguntas para a CPI. Você sabe qual é a minha resposta, pessoal? Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada.”, declarou Bolsonaro. Veja o vídeo com a declaração:
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