O Partido Liberal (PL), por meio de seu presidente Valdemar Costa Neto, apresentou nesta terça-feira (22) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a conclusão de uma auditoria que analisou as urnas eletrônicas usadas durante o pleito. No documento, a legenda, que tem entre os filiados o presidente Jair Bolsonaro, afirma que foram encontrados dois supostos pontos de atenção em relação às urnas.
Segundo o PL, um dos pontos é que em 200 urnas, após terem sido inicializadas, aparecem os CPFs de quem já votou. Conforme a auditoria, isso fere privacidade do voto, embora no momento da reinicialização da urna não apareça em quem determinado eleitor votou. Não suficiente, no texto, também há a afirmação de que as urnas anteriores ao modelo de 2020 geram o mesmo número de identificação.
De acordo com Valdemar Costa Neto, essa situação ocorreu com 60% das urnas. Todavia, importante destacar que esse número apontado pelo Partido Liberal não é o único método de rastreio, visto que até mesmo urna eletrônica antiga possui um certificado digital único. Conforme o TSE, esse certificado não se repete e é usado para que seja possível assinar de forma digital os arquivos que vão ser rodados em cada urna, fazendo com que seja possível a verificação individual dos equipamentos e do sistema que é rodado por cada um.
Durante entrevista coletiva, Valdemar Costa Neto afirmou que o relatório não a reflete a opinião do PL. Todavia, mesmo assim, a legenda vai pedir a anulação dos votos dessas urnas no segundo turno, sem afetar a votação do primeiro turno.
No começo da semana, Valdemar da Costa Neto afirmou que “tinha tranquilidade” a respeito dos resultados das urnas eletrônicas. “Eu disputo eleições desde 1990 e as urnas estão aí desde 94. Nunca tive preocupação com isso”, disse ele, explicando que, contudo, seu posicionamento mudou depois do que ele classificou como uma “insistência de Bolsonaro” para com o assunto.
Conforme Valdemar Costa Neto, Bolsonaro, que foi derrotado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seus aliados, teriam pressionado o partido para completar o estudo sobre as urnas. “Eles insistiram comigo, aí insisti com o pessoal, eles foram lá e descobriram isso aí”, afirmou o líder do PL.
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