Fora do Palácio do Planalto, tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto o atual chefe do Executivo, Lula (PT), decidiram não participar da Marcha para Jesus deste ano em São Paulo. Enquanto Bolsonaro optou por não comparecer, Lula enviou uma carta recusando o “honroso convite”.
Além deles, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) também não estará presente devido a sua viagem à França. Com as ausências dos principais líderes políticos, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se tornará a figura central no palanque da marcha.
Marcha pode ser palanque para Tarcísio
A participação do governador Tarcísio na Marcha para Jesus é um movimento político estratégico para fortalecer seus laços com o eleitorado evangélico na cidade de São Paulo. Como católico e membro do partido Republicamos, que tem ligações com a Igreja Universal, sua presença no evento pela segunda vez consecutiva foi elogiada pela legenda
Nesse sentido, o republicanos destacou o apoio e parabenizou seu gesto. O partido defende valores como a família e a liberdade de crença, e considera a Marcha para Jesus uma convergência desses princípios. Assim, em março, o governador sancionou uma lei que reconhece o evento como patrimônio cultural imaterial do estado.
O ex-presidente Bolsonaro foi o primeiro chefe de Estado a participar do evento evangélico, comparecendo em 2018 durante as eleições, em 2019 após assumir o cargo e em 2022, após a pandemia. No entanto, nem ele, nem sua esposa, Michelle, que é crente, estarão presentes na marcha deste ano. Enquanto Michelle passará o feriado no interior de São Paulo, Bolsonaro viajará para Maresias, no litoral norte do estado.
Dessa forma, com a ausência dos principais líderes políticos, a participação do governador Tarcísio de Freitas ganha destaque e se torna uma oportunidade para ele consolidar sua presença junto ao eleitorado evangélico, demonstrando apoio aos valores e princípios defendidos pelo partido Republicamos.
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Estevam Hernandes o idealizador, nega cunho político do evento
O idealizador da Marcha para Jesus, Estevam Hernandes, nega que o evento tenha um objetivo político. Segundo Hernandes, a marcha tem como propósito louvar o nome de Jesus Cristo, transmitir uma mensagem de paz e união, e orar e abençoar as autoridades constituídas.
Nesse sentido, ele enfatiza que o foco é espiritual e não político. No entanto, no ano passado, o ex-presidente Bolsonaro fez declarações associando a marcha a uma “guerra do bem contra o mal” e exaltando seu governo por ter supostamente eliminado a corrupção, mesmo em meio a investigações em andamento, como o caso do Ministério da Educação. Além disso, Bolsonaro expressou que rezava para que o Brasil não sofresse com as consequências do socialismo.
Segundo Hernandes: “A Marcha cresceu muito. Hoje temos cerca de 2 milhões de pessoas participando do evento, com um número grande de denominações e também de cristãos em geral. A Marcha se transformou no evento cristão mais importante do Brasil e até da América Latina e tem abençoado a vida de pessoas de várias gerações ao longo dos anos.”
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