Para o secretário de Segurança Pública da Paraíba, Jean Francisco Bezerra Nunes, a prisão de Almir Rogério Gomes da Silva, conhecido como “Piranha”, pode ajudar os investigadores a esclarecer a morte da vereadora Marielle Franco, visto que o criminoso em questão é acusado de ser um dos líderes da milícia Gardênia Azul e suspeito de ter ordenado a morte da parlamentar.
Preso na quarta-feira (28) em Queimadas, na Paraíba, o miliciano será transferido para o Rio de Janeiro. De acordo uma reportagem da revista “Veja”, a mulher do miliciano Adriano da Nóbrega foi quem revelou que o suspeito foi o mandante do assassinato da vereadora.
“A prisão vai ser de grande interesse para a polícia do Rio de Janeiro esclarecer esses fatos da morte da Marielle. Ele vai ter mais utilidade para o Rio de Janeiro. Nossa parte foi tirá-lo de circulação e autuá-lo”, disse o secretário nesta quinta-feira (29).
Ainda segundo o secretário, a polícia da Paraíba tinha informações sobre a chegada de milicianos cariocas ao estado. “A gente estava acompanhando o movimento de um grupo de milicianos do Rio de Janeiro que estava vindo para a região de Campina Grande e Queimados”.
Conforme explica Jean Francisco Bezerra Nunes, “Piranha” é um miliciano ligado ao grupo Gardênia Azul, que é apontado na delação como mandante do assassinato de Marielle. “Ele é uma das lideranças desse grupo que responde por vários crimes no Rio”, relata o secretário.
“Detalhes com relação ao caso Marielle nós não temos”, disse o secretário, que explica que a operação que prendeu o criminoso se refere a outro caso, também ocorrido em 2018, ano da morte da parlamentar. À época, Almir, juntamente com outros três criminosos, teriam assassinado uma pessoa que teve uma briga com a esposa em público durante uma festa, o que não teria agradado aos milicianos.
O miliciano e a morte de Marielle Franco
Conforme o MP, a relação de Almir com o assassinato de Marielle Franco teria sido revelada por Julia Lotufo. A mulher em questão é viúva de outro miliciano, Adriano da Nóbrega, que acabou morto em troca de tiros com a polícia no interior da Bahia, no início de 2020. Por conta da morte, o miliciano nunca foi interrogado pela polícia sobre sua participação no assassinato da parlamentar municipal.
Segundo Diego Beltrão, delegado que coordenou a operação, parte dos milicianos ligados ao homem capturado em Queimadas foram presos em operações policiais realizadas à época da morte de Adriano. “Mas ele, que é um dos chefes desse grupo, conseguiu escapar dessas investidas. Trata-se de um criminoso muito perigoso, com indícios fortes de que estava traficando drogas e planejando ataques a instituições financeiras no nosso estado”, afirmou.
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