Luciana Siqueira Lira de Miranda, Secretária Nacional de Atenção à Primeira Infância, suspeita de ter cometido o crime de assédio moral contra funcionários da Casa Civil depois da vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, foi exonerada nesta terça-feira (22) pelo ministro da pasta, Ciro Nogueira (PP).
De acordo com o decreto publicado nesta segunda no Diário Oficial da União (DOU), além de Luciana Siqueira, consta que também foi exonerado do cargo o assessor especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Cidadania, Rafael Rodrigues dos Santos.
Na Casa Civil, Luciana Siqueira era titular da primeira infância na Secretaria Especial do Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania desde julho de 2020. De acordo com servidores da pasta, ela encaminhou mensagens afirmando que as pessoas que haviam votado em Lula estavam contribuindo para que o “trabalho” que vinha sendo feito fosse para “o ralo”.
Segundo informações do canal “Globo News”, a secretária teria convocado uma reunião um dia após as eleições e, na ocasião, afirmado que sabia “exatamente quem não votou no presidente” e que essas pessoas “pagarão pela Justiça divina”.
Não suficiente, a secretária também teria reclamado da “falta de lealdade” dos servidores, comparando-os Judas e disse ainda que as pessoas que votam em quem rouba “não estão com Deus” e que ela iria “infernizar todos os dias da próxima gestão e que o inferno não vai vencer o céu”.
Em entrevista ao portal “UOL”, a agora ex-secretária nega ter feito ameaças, mas afirma que sua exoneração foi a pedido, pois, de acordo com ela, “não há clima para trabalhar” com quem a denunciou. “O que eu falei, falei em um momento de emoção. Não agredi ninguém, não ameacei ninguém, disse o que eu pensei que poderia acontecer após o pleito”, afirmou ela, completando que suas falas foram feitas em momentos de conversa e “café” com a equipe.
“Trabalhei e me relacionei com todo tipo de pessoa, de partidos diferentes, sempre com muito respeito. Os eventos da primeira infância sempre foram abertos, muito respeitosos”, disse ela, completando que saiu da pasta, mas já não tinha mais planos de continuar no cargo, visto que apoiava o projeto de Bolsonaro e não o de Lula.
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