Você cuida da sua saúde ocular? A Organização Mundial da Saúde, OMS, preconiza o uso de óculos com lentes que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol sempre que ultrapassar 6. Isso porque, de acordo com a previsão do Instituto de Pesquisas Espaciais, INPE, INPE, no último sábado, 27, a radiação em todo o país ficou acima de 11, atingindo índices extremos de 12 a 14.
No entanto, a proteção deve continuar mesmo em dias nublados ou com pancadas de chuva. Mas muitos deixam a segurança de lado nestes dias. Porém, há evidências de que 70% da radiação atinge os olhos mesmo quando o sol está sob nuvens.
Um estudo mostra que somente 45% das pessoas costumam sem preocupar com a saúde ocular durante todo o ano. Porém, de acordo com especialistas, essa parcela de desprotegidos pode ser ainda menor. Isso porque, um estudo de engenharia médica mostra que o alto índice de radiação solar no Brasil faz com que a durabilidade do filtro das lentes seja em média de dois anos e muitas pessoas não trocam os óculos de sol com esta frequência.
Efeitos imediatos da proteção da saúde ocular
Duas alterações decorrentes da radiação ultravioleta podem ser notadas imediatamente. A primeira é o escurecimento e degeneração da pele das pálpebras, que eleva o risco de contrair câncer de pele na região. Mas a outra, é a fotoceratite, uma inflamação da córnea por queimadura de primeiro grau que geralmente ocorre após 6 horas ininterruptas de exposição ao sol sem proteção.
Os sintomas são olhos vermelhos e ressecados. O problema, é que a fotoceratite não é levada a sério por muitas pessoas porque depois de 48 horas de afastamento do sol os sintomas desaparecem. Mas isso não significa ausência de risco. A inflamação provoca o desprendimento de células do epitélio (camada externa da córnea) e a córnea fica mais vulnerável à inflamações, explica.
Efeitos cumulativos
As doenças mais graves resultam do efeito cumulativo do sol. A radiação UV aumenta em 60% a chance de desenvolver catarata, opacificação do cristalino, que responde por 49% dos casos de perda da visão no país, e cresce 20% ao ano. Portanto, o único tratamento é a cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular.
Outra doença grave que pode ser causada pelo sol é a degeneração macular. Afinal, ela provoca a morte das células da mácula, parte central da retina responsável pela visão de detalhes. Quando é descoberta em estágio inicial pode ser tratada com injeções antiangiogênicas, mas muitos casos levam à perda irreparável da visão.
Uma terceira doença decorrente da radiação UV é o pterígio caracterizado pelo espessamento da conjuntiva, membrana que cobre a parte branca do globo ocular e a superfície interna das pálpebras. Quando pequeno é tratado com pomadas anti-inflamatórias, mas se cresce e atrapalha a visão pode ser extraído por cirurgia.
Como escolher os óculos
A forma mais segura de garantir a qualidade das lentes é verificar se têm a certificação ABNT NBR ISO 15111. Afinal, lentes sem proteção são piores do que a falta de óculos de sol porque escurecem a região dos olhos e, portanto, dilatam a pupila, permitindo que mais radiação penetre nos olhos.
As lentes cinza, âmbar e marrom são as mais adequadas para o dia a dia e para motoristas porque eliminam reflexos, permitem boa visão de contraste e de profundidade. Para esportes aquáticos as lentes rosa e púrpura melhoram a visão de contraste em fundos verdes ou azuis. No lusco-fusco do entardecer, são mais indicadas as lentes amarelas que reduzem o ofuscamento de motoristas provocados pela luz dos faróis.