A caderneta de poupança atraiu muitos brasileiros em 2020. O ano passado chegou ao fim atingindo um valor recorde de captação líquida (R$ 166,309 bilhões). Contudo, neste ano, as coisas estão diferentes. Isso porque os saques superaram os depósitos no primeiro semestre de 2021.
Em janeiro, o saldo ficou negativo R$ 18,153 bilhões, o que representa o maior valor para este indicador de toda a série histórica, e para qualquer mês. Já em fevereiro, a poupança registrou um saque líquido de R$ 3,571 bilhões. Em março, o resultado negativo atingiu R$ 3,524 bilhões.
O resultado começou a mudar em abril, quando as captações superaram os saques em R$ 3,840 bilhões. Da mesma forma, maio chegou ao fim com mais um resultado positivo (R$ R$ 72,6 milhões), apesar de bem menos expressivo. Mas foi junho quem evitou um saldo negativo ainda maior.
Em resumo, os depósitos superaram os saques em R$ 7,09 bilhões em junho. Com isso, o saldo semestral, que estava negativo em R$ 23,6 bilhões, caiu para R$ 16,54 bilhões. Mesmo com a ótimo resultado de junho, o semestre chegou a fim com forte saldo negativo. A saber, o Banco Central (BC) divulgou os dados nesta terça-feira (6).
Veja mais detalhes do levantamento do BC
De acordo com o BC, os saques líquidos da poupança totalizaram R$ 27,5 bilhões entre janeiro e março de 2021. O resultado foi puxado pelo aumento de despesas que ocorrem no primeiro trimestre, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Já o primeiro saldo positivo do ano, em abril, coincidiu com a liberação de mais rodadas do auxílio emergencial, cujo pagamento ocorrerá em quatro parcelas. Aliás, o valor cai direto nas contas poupança digitais abertas pela Caixa Econômica Federal, ajudando a aumentar o valor dos depósitos.
Em suma, captação líquida é o resultado da diferença entre depósitos e saques da poupança. Assim, os saldos mensais mostram que houve mais dinheiro retirado do que investido na aplicação financeira no primeiro semestre de 2021. A saber, em junho, os depósitos totalizaram R$ 296,38 bilhões, enquanto os saques chegaram a R$ 289,29 bilhões.
Por fim, os investimentos na poupança ficaram em alta durante todo o ano passado, mesmo com os juros básicos mais baixos. O rendimento correspondeu a 70% da Taxa Selic, que define os juros básicos da economia. Contudo, com as reduções na Selic em 2020, a poupança acabou rendendo 2,29%, índice menor que a inflação (3,52%).
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