O Banco Central (BC) revelou nesta segunda-feira (6) que os saques superaram os depósitos da poupança em agosto deste ano. A saber, foram aplicados R$ 295,902 bilhões no mês, enquanto R$ 301,369 bilhões foram retirados. Assim, agosto chegou ao fim com um saldo negativo de R$ 5,467 bilhões. -0,79% 3,245%
Na verdade, a caderneta de poupança conseguiu atrair muitos brasileiros em 2020. Em resumo, o ano passado chegou ao fim registrando um valor recorde de captação líquida (R$ 166,309 bilhões). Contudo, neste ano, as coisas estão diferentes, e os saques superam os depósitos no acumulado dos oito primeiros meses.
A propósito, em janeiro deste ano, o saldo ficou negativo R$ 18,153 bilhões. Esse valor mensal é o maior já registrado pelo indicador em toda a série histórica. Já em fevereiro, a poupança registrou um saque líquido de R$ 3,571 bilhões, enquanto que em março as retiradas totalizaram R$ 3,524 bilhões.
O resultado começou a mudar em abril, quando as captações superaram os saques em R$ 3,840 bilhões. Da mesma forma, maio chegou ao fim com mais um resultado positivo (R$ R$ 72,6 milhões), assim como junho (R$ 7,09 bilhões) e julho (R$ 6,37 bilhões). No entanto, com o acréscimo do resultado de agosto, o volume de saques no acumulado do ano supera em R$ 15,629 bilhões o de depósito.
Entenda a movimentação da poupança durante o ano
De acordo com o BC, os saques líquidos da poupança totalizaram R$ 27,5 bilhões entre janeiro e março de 2021. O resultado foi impulsionado pelo aumento de despesas que ocorrem no primeiro trimestre, como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Já o primeiro saldo positivo do ano, em abril, coincidiu com a liberação de mais rodadas do auxílio emergencial, cujo pagamento ocorrerá em quatro parcelas. Aliás, o valor cai direto nas contas poupança digitais abertas pela Caixa Econômica Federal, ajudando a aumentar o valor dos depósitos.
Em suma, captação líquida é o resultado da diferença entre depósitos e saques da poupança. Assim, os saldos mensais mostram que houve mais dinheiro retirado do que investido na aplicação financeira mais famosa do Brasil no primeiro semestre de 2021.
Por fim, os investimentos na poupança ficaram em alta durante todo o ano passado, mesmo com os juros básicos mais baixos. O rendimento correspondeu a 70% da Taxa Selic, que define os juros básicos da economia. Contudo, com as reduções na Selic em 2020, a poupança acabou rendendo 2,29%, índice menor que a inflação (3,52%).
Leia Mais: ‘Ciberataques’ dispararam 23% no Brasil neste ano, aponta Kaspersky