O Banco Central (BC) revelou nesta quinta-feira (5) que os saques superaram os depósitos na poupança em 2022. A saber, houve uma saída líquida de R$ 103,237 bilhões da aplicação financeira mais famosa do Brasil no ano passado.
Em síntese, essa é a maior retirada de recursos da série histórica, que teve início em 1995. Isso quer dizer que, nos últimos 28 anos, os brasileiros nunca haviam retirado tanto dinheiro da poupança quanto no ano passado.
Em resumo, os saques somaram R$ 3,735 trilhões entre janeiro e dezembro do ano passado. Já a captação de recursos totalizou R$ 3,632 trilhões no período. Assim, a saída líquida superou em 92,7% o antigo recorde, registrado em 2015, quando os brasileiros retiraram R$ 53,567 bilhões da poupança.
Vale destacar que, em 2020, houve uma captação líquida recorde de R$ 166,309 bilhões da poupança. Esse ano ficou marcado pela chegada da pandemia da covid-19, que fez muita gente adiar planos e manter o distanciamento social. E os brasileiros aproveitaram para colocar seus recursos na poupança.
Já em 2021, houve uma saída líquida de R$ 35,496 bilhões da caderneta. Aliás, no ano passado, a poupança teve a pior rentabilidade real em 31 anos. E foi bastante compreensível ver os brasileiros retirando recursos da caderneta.
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Endividamento e inadimplência em alta
De acordo com o BC, o número elevado de pessoas endividadas e inadimplentes no país contribuiu para a retirada recorde de recursos da poupança em 2022. A saber, quase oito em cada dez famílias tinham dívidas no país em novembro do ano passado.
Em resumo, a principal dívida dos brasileiros era em cartão de crédito, atingindo uma expressiva taxa de 86,4%.
Por fim, também vale destacar que a Selic chegou ao maior patamar desde 2016, a 13,75% ao ano. No entanto, mesmo com os juros elevados, que aumentam a rentabilidade da poupança, os brasileiros buscaram outros investimentos mais rentáveis.
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