O Saque Extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai beneficiar ao menos 100 mil famílias endividadas na Grande São Paulo, permitindo que esses trabalhadores utilizem os seus recursos para melhorar a sua situação financeira.
A saber, a avaliação consta de Nota Informativa da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia (ME).
As estimativas foram elaboradas a partir de dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Saque Extraordinário
A SPE lembra que o objetivo do Saque Extraordinário é facilitar o acesso dos trabalhadores, sobretudo os de menor renda, aos recursos que pertencem aos próprios trabalhadores.
Além disso, o trabalho aponta que quanto menor a renda, maior será o impacto potencial do acesso a esse recurso do FGTS para pagamento de dívidas.
De acordo com dados do Serasa, compilados pela SPE, mostram que o total das dívidas atingiu R$ 263 bilhões em fevereiro de 2022, superando em R$ 4 bilhões o montante registrado no pico da pandemia, em 2020.
O valor médio por inadimplente é de R$ 4 mil, sendo que a média de cada dívida é de R$ 1.190.
Recentemente, no programa “Serasa Limpa Nome” de 2022, o valor médio dos acordos fechados foi de R$ 495. Os principais atrasos referiam-se a banco ou cartão de crédito (28,6% do total); contas básicas, como água, luz, gás (23,2%); e varejo (12,5%).
A SPE destaca ainda o número de trabalhadores que poderão ser beneficiados com o Saque Extraordinário. As estimativas mostram que 42 milhões de brasileiros têm contas ativas no FGTS.
Desse total:
- 45,5% têm saldo até R$ 1.000;
- 31,9% até R$ 5.000;
- 17,0% até R$ 20.000;
- 5,6% acima desse valor.
Vantagens
A SPE também faz uma simulação para mostrar o quanto pode ser vantajoso para o trabalhador utilizar os recursos do Saque Extraordinário do FGTS para quitar um eventual endividamento.
Atualmente a taxa de juros média do crédito pessoal não consignado (sem garantias) é de 5,01% mensal, o que representa quase 80% na taxa anual. Já a taxa de juros média de um crédito consignado para o setor privado é de 2,56% ao mês, ou 35% ao ano.
Desse modo, ao se fazer uma estimativa de crédito de R$ 1.000 (valor máximo do Saque Extraordinário) para três anos, no crédito pessoal (não consignado) o trabalhador pagaria cerca de R$ 61 de prestação.
Seria um custo de R$ 726 ao longo de 12 meses e de R$ 2.179 ao final de três anos. No consignado privado, esse custo total seria de R$ 1.543. Com o Saque Extraordinário, os trabalhadores podem utilizar o valor sem ter de arcar com custos de financiamento.
Fonte: Ministério da Economia
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