O salário mínimo e as aposentadorias, a partir de 2023, serão reajustadas pela inflação, pelo menos. A fala é do atual ministro Paulo Guedes, que fará parte da equipe econômica de um eventual segundo mandato de Bolsonaro. Com a promessa, Guedes reitera que manterá o poder de compra da população, mas não falou sobre aumentos reais de salário.
A fala veio depois de muitos comentários na internet, onde Guedes teria dito que os reajustes seriam de acordo com as expectativas do governo, não de acordo com as taxas reais. Em entrevista, ele disse que as falas de tratam de fake news.
Prometeu reajustar o salário mínimo como faz hoje
Uma das marcas do governo de Jair Bolsonaro, durante os quatro anos de mandato, foi o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias pelo mínimo necessário. A explicação da equipe econômica é sempre a mesma: a pandemia bagunçou as finanças do governo. Mas economistas alertam para os problemas que o governo enfrentará em 2023.
Segundo Paulo Guedes, é mentira que o governo esteja planejando uma nova forma de reajuste de salários. Ele afirmou que “não se muda a regra do jogo durante o jogo” e, por isso, não possui planos para mudar a forma de reajuste. Vale lembrar que o aumento salarial de acordo com os indicadores de aumento de preços está previsto em lei.
Dessa forma, o salário mínimo e as aposentadorias serão reajustas, pelo menos, de acordo com a inflação do ano anterior. Na verdade, essa é a atual política do governo, que não teve um aumento real de salário expressivo durante os quatro anos em que Guedes esteve à frente do Ministério da Economia.
Em declarações anteriores, o ministro também já havia dito que estaria planejando ajustes no orçamento para que o Auxílio Brasil de R$600,00 caiba. A proposta é uma das principais do programa de Jair Bolsonaro nas propagandas eleitorais.
Orçamento de 2023 segue na mesma rota
A declaração de Paulo Guedes também se reflete no orçamento de 2023. Segundo o texto enviado ao Congresso, o salário mínimo e as aposentadorias teriam um reajuste de 7,41%, que é aproximadamente a inflação esperada para o ano de 2022. Com isso, o Brasil completaria mais um ano sem aumentos reais de salário.
Até agora, o valor previsto para o salário mínimo em 2023 é de R$1.302. Com o aumento, as famílias teriam mantido o seu poder de compra. Contudo, economistas dizem que aumentos salariais apenas relacionados à inflação, sem aumentos reais, prejudicam o crescimento da economia. Para combater isso, Paulo Guedes diz que o país precisa de reformas, como a Reforma Trabalhista, Reforma da Previdência, que está em vigor, e principalmente a Reforma Tributária, ainda discutida no ministério.
Apesar disso, o poder de compra dos brasileiros está nos menores patamares da década. Isso porque o indexador do salário mínimo pode não abranger os principais gastos das famílias. Para se ter uma ideia, a inflação dos alimentos é a maior de 1994. Contudo, o reajuste ficaria abaixo desse percentual, o que geraria perda de poder de compra na prática.