O brasileiro continua ganhando muito menos do que deveria. De acordo com o mais recente levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.394,76 em março deste ano.
O valor é 5,28 vezes maior que o salário mínimo vigente (R$ 1.212,00). Aliás, o Dieese estima o valor em relação à cesta básica mais cara do país no mês. E a cesta de São Paulo ocupou a primeira posição no ranking, com um valor de R$ 761,19, ficando 6,36% mais cara do que em fevereiro.
Em seguida, ficaram as cestas do Rio de Janeiro (R$ 750,71), Florianópolis (R$ 745,47), Porto Alegre (R$ 734,28) e Campo Grande (R$ 715,81). Todas estas capitais tiveram variações superiores a 5% em relação a fevereiro, com destaque para a cesta do Rio, que disparou 7,65% em março, maior aumento percentual entre os locais pesquisados.
Em suma, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Em março, a cesta básica ficou mais cara em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Isso explica o forte avanço do salário mínimo estimado, que havia ficado em R$ 6.012,18 em fevereiro. No mês, o valor estava 4,96 vezes maior que o piso mínimo atual.
O Dieese também revelou que a cesta básica mais barata do país foi a de Aracaju (R$ 524,99). Também tiveram preços mais acessíveis as cestas de Salvador (R$ 560,39), Recife (R$ 561,57), João Pessoa (R$ 567,84), Natal (R$ 575,33) e Belém (R$ 585,91).
Trabalhador continua comprometendo mais da metade do salário
Ao mesmo tempo, a pesquisa comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%.
Dessa forma, o resultado mostrou que o trabalhador comprometeu 58,57% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em comparação com fevereiro, o valor subiu, já que o percentual havia ficado em 56,11% do salário comprometido no mês.
Segundo o Dieese, o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 119 horas e 11 minutos em março. Esse valor também superou o de fevereiro, visto que, no mês anterior, ficou em 114 horas e 11 minutos.
Por fim, as capitais pesquisadas são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
Leia Mais: Faturamento e emprego na indústria brasileira caem em fevereiro