O brasileiro continua ganhando muito menos do que deveria. De acordo com o mais recente levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.306,97 em setembro deste ano.
O valor é 5,20 vezes maior que o salário mínimo vigente (R$ 1.212,00). Aliás, o Dieese estima o valor em relação à cesta básica mais cara do país em agosto, que foi a de São Paulo, com um valor de R$ 750,74. A propósito, a cesta básica ficou mais barata em 12 dos 17 locais pesquisados no mês.
Na comparação com setembro de 2021, o aumento no preço da cesta básica em São Paulo foi de 11,48%. Já no acumulado deste ano, a variação chegou a 8,72%.
Segundo o Dieese, nove dos 13 itens pesquisados tiveram alta em São Paulo no mês passado. Os avanços foram os seguintes:
- Banana (5,57%);
- Manteiga (5,15%);
- Batata (3,80%);
- Farinha de trigo (2,45%);
- Café em pó (1,69%);
- Arroz agulhinha (1,02%);
- Açúcar refinado (0,99%%);
- Carne bovina de primeira (0,45%);
- Pão francês (0,35%).
Por outro lado, apenas quatro itens ficaram mais baratos em setembro e limitaram a alta no preço da cesta básica de São Paulo, que subiu 0,13%. As quedas vieram de leite integral (-8,02%), óleo de soja (-5,90%), tomate (-4,60%) e feijão carioquinha (-2,96%).
Em suma, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
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Trabalhador compromete mais da metade do salário
A pesquisa também comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%.
A saber, o resultado mostrou que o trabalhador comprometeu 58,10% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Já o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 118 horas e 14 minutos em março.
Por fim, o Dieese revelou que a cesta básica mais barata do país foi a de Aracaju (R$ 518,68). Caso essa tivesse sido a cesta básica mais cara do país, o salário mínimo deveria ter sido R$ 4.357,43, valor bem inferior ao da cesta básica de São Paulo.
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