Todo trabalhador do país gostaria de ter uma remuneração capaz de garantir todas as necessidades básicas da sua família. Isso não envolve apenas a alimentação, mas também saúde, educação, lazer. No entanto, o salário mínimo do Brasil continua bem menor do que deveria.
De acordo com o mais recente levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.575,30 em dezembro de 2022.
Em síntese, o valor é 5,48 vezes maior que o salário mínimo do último mês de 2022 (R$ 1.212,00). Aliás, o valor também é bem menor que o salário de 2023, que subiu para R$ 1.302, diferentemente dos R$ 1.320 aprovados pelo governo Lula.
Na verdade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não aprovou o reajuste para R$ 1.320. Isso aconteceu porque o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu para o presidente aguardar mais um pouco antes de sancionar o novo valor.
Em suma, o governo Bolsonaro aprovou vários pedidos de aposentadorias em 2022. Como o aumento do salário mínimo impacta diretamente esses benefícios, a equipe econômica do governo Lula vem analisando os impactos que esse reajuste no piso nacional poderá causar. Por isso, ainda não há expectativa para o novo valor do salário mínimo entrar em vigor.
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Trabalhador compromete mais da metade do salário
O levantamento do Dieese considerou a cesta básica mais cara do país em dezembro para estimar qual deveria ser o salário mínimo do país. No mês passado, São Paulo teve a cesta mais cara, custando R$ 791,29. A propósito, a cesta básica ficou mais cara em todas as 17 capitais pesquisados em 2022.
Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
A pesquisa também comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido. Nesse caso, o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%.
A saber, o resultado mostrou que o trabalhador comprometeu 60,22% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Já o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 122 horas e 32 minutos em dezembro.
Por fim, o Dieese revelou que a cesta básica mais barata do país foi a de Aracaju (R$ 521,05). Caso essa tivesse sido a cesta básica mais cara do país, o salário mínimo deveria ter sido R$ 4.329,71, valor bem inferior ao da cesta básica de São Paulo, mas ainda bem superior ao piso nacional vigente.
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