No mês de maio, o projeto de lei (PL 2385/2023) foi encaminhado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional, propondo um novo cálculo para o reajuste anual do salário mínimo. Essa iniciativa tem o potencial de resultar em um aumento acima das expectativas para o ano de 2024, com a possibilidade do salário mínimo atingir o valor de R$ 1.441.
O projeto oferece uma oportunidade para estabelecer os próximos reajustes do salário mínimo, uma vez que inclui a proposta de retornar à regra de aumento baseada no Produto Interno Bruto (PIB) e na recomposição das perdas inflacionárias por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Essas diretrizes visam garantir um reajuste mais condizente com a realidade econômica e com o poder de compra da população.
Reajustes anuais do salário mínimo
Conforme divulgado pelo governo, os reajustes anuais do salário mínimo serão calculados levando em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses e o Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior, com um intervalo de dois anos.
Por exemplo, no ano de 2024, o crescimento econômico de 2022 será considerado para determinar o novo valor do salário mínimo. Essa medida busca garantir uma atualização mais precisa e adequada ao contexto econômico do país.
Reajuste acima da inflação
O governo anunciou a possibilidade de um reajuste do salário mínimo acima da taxa de inflação. Essa medida é de extrema importância, pois o salário mínimo serve como referência para diversos benefícios e programas do governo federal.
Esses programas beneficiam mais de 25 milhões de brasileiros, incluindo aposentados, pensionistas, beneficiários do seguro-desemprego e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Durante um pronunciamento em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que o projeto de lei visa estabelecer um reajuste anual do salário mínimo acima da inflação, seguindo a prática adotada durante seu governo.
Ele ressaltou que a valorização do salário mínimo não apenas é essencial para aqueles que o recebem, mas também desempenha um papel crucial no impulsionamento da economia como um todo. Ao injetar recursos adicionais na economia, ocorre um estímulo ao consumo, resultando em um aumento nas vendas do setor comercial.
Política de Valorização
A política de valorização do salário mínimo, estabelecida pelo governo em 2007 e convertida em lei em 2011, foi interrompida durante a gestão anterior de Jair Bolsonaro. Nesse período, o reajuste do salário mínimo passou a ser baseado apenas na taxa de inflação, deixando de considerar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos anos anteriores.
O governo atual defende a importância de retomar essa fórmula de reajuste, uma vez que essa política foi responsável por um aumento real de 77% no valor do salário mínimo entre 2003 e 2015. Além disso, contribuiu para superar a extrema pobreza no país e reduzir a desigualdade social.
A retomada dessa política tem como objetivo não apenas assegurar um aumento digno para os trabalhadores, mas também promover benefícios sociais e econômicos mais amplos para a nação.
Após a redução do custo da Cesta Básica, a pressão sobre o salário mínimo diminuiu
Segundo um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foi observada uma redução no preço da cesta básica no Distrito Federal. No mês de junho, o valor registrado foi de R$ 687,33. Com essa queda, a cesta básica passou a representar aproximadamente 56% do salário mínimo mensal.
A cesta básica desempenha um papel fundamental ao fornecer alimentos essenciais para uma alimentação completa e nutritiva. Com essa redução de custos, as famílias têm a possibilidade de garantir uma alimentação de qualidade, diversificada e adequada.
Salário Mínimo mais livre para baixa renda?
Dentre as medidas implementadas visando proporcionar ao povo brasileiro maior capacidade de gastos com seus rendimentos, o salário mínimo foi uma das áreas mais impactadas. Este ano, o valor do salário passou por dois reajustes, chegando atualmente a R$1.320 como base nacional.
Além disso, o governo federal planeja realizar reajustes salariais acima da taxa de inflação anualmente. Essa iniciativa visa tornar os aumentos do salário mínimo uma parte regular de nossas vidas, especialmente para aqueles que enfrentam vulnerabilidade econômica e social, uma condição que aumentou consideravelmente nos últimos anos.
Um dos objetivos do governo é ampliar o acesso dessas famílias vulneráveis a itens essenciais consumidos pelas famílias brasileiras, como habitação, saúde, educação e alimentação, por exemplo.
Portanto, quanto menos o salário mínimo recebido pelo trabalhador for utilizado para cobrir despesas acima da média, melhores serão suas condições. Isso permitirá que ele gaste a mesma quantia e ainda adquira mais itens, aumentando seu poder de consumo.