O Brasil segue tentando se recuperar dos impactos provocados pela pandemia da Covid-19. O problema é que há muitos desafios além da crise sanitária, que estão presentes no país há muito tempo, como inflação elevada e juros em alta.
Seja como for, o país conseguiu criar 2,73 milhões de empregos formais em 2021. O resultado é bastante expressivo e completamente diferente do registrado em 2020, quando houve o fechamento de 191.455 vagas. Contudo, o salário de contratação não acompanhou o crescimento da geração de emprego no ano passado.
Em suma, o salário médio real de admissão caiu de R$ 2.000,26, em 2020, para R$ 1.921,19, em 2021. A saber, esses valores estão corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para cálculo de correção do salário mínimo do país.
De acordo com o Ministério do Trabalho e da Previdência, que divulgou os dados, houve uma redução real de R$ 79,07 no salário de admissão. Isso representa uma queda de 3,95% na remuneração média oferecida pelas novas vagas de emprego formal.
Aliás, esse é o primeiro recuo em cinco anos. Em outras palavras, a última vez que o salário de contratação do mercado formal teve uma redução foi em 2016 (-1,4%). Inclusive, o recuo foi bem menor que o observado em 2021.
Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o salário médio de admissão em dezembro ficou em R$ 1.793,34. Esse valor representa uma queda real de R$ 115,85 (ou de 6,07%) na comparação com dezembro de 2020 (R$ 1.909,19). Por outro lado, houve um aumento real de R$ 1,51 (ou de 0,08%) em relação a novembro de 2021 (R$ 1.791,83).
Setor de serviços tem maior queda do salário
Entre os setores econômicos do Brasil, os serviços sofreram a maior redução do salário médio de contratação (-5,16%). Em seguida, ficaram construção (-4,70%), grupamento de comércio e reparação de veículos (-3,37%) e agropecuária (-3,01%). Já a menor redução foi observada na indústria, cujos salários de admissão caíram 1,54% em relação a 2020.
Isso mostra que nenhum dos grandes setores econômicos conseguiu encerrar 2021 com um resultado positivo para os trabalhadores em relação à remuneração. Pelo contrário, a situação para a população segue complicada, visto que o salário cai, mas os preços dos alimentos e produtos só faz subir.
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