A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) divulgou nesta sexta-feira (24) sua pesquisa mensal sobre reajustes do salário, o Salariômetro. De acordo com a pesquisa, 80,4% dos reajustes salariais ficaram acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC) de fevereiro. Para efeito de comparação, em fevereiro de 2022 a proporção era de 23,9%.
Ainda, de acordo com a pesquisa, 10,6% dos reajustes de salário foram realizados de forma igual à inflação e os outros 8,9% ficaram abaixo da inflação, ou seja, os trabalhadores tiveram perdas reais no salário neste caso. O piso mediano ficou em R$1391,00. É importante lembrar que, para o mês de fevereiro, foi registrada uma alta de 0,77% para a inflação medida pelo INPC.
É o terceiro mês consecutivo em que os reajustes salariais tem aumentos reais e, além disso, é o décimo mês seguido em que o reajuste real mediano não perde para a inflação. O movimento ocorre após o Salariômetro apontar 30 meses sem reajuste real positivo nos acordos coletivos entre trabalhadores e empresas.
A expectativa é que, como as projeções da inflação medida pelo INPC indique uma queda contínua até junho ou julho, existe a possibilidade dos reajustes terem ganham real até lá, segundo a equipe que divulgou o relatório.
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Todos os setores tiverem reajuste positivo no salário este ano
A pesquisa também apontou que, entre janeiro e março deste ano, todos os setores da economia brasileira tiveram um reajuste positivo em seus salários. O maior destaque ficou para a construção civil, com alta de 1,50%, seguida agropecuária (0,95%). O reajuste real mediano ficou na casa de 0,79%. Na análise realizada por estado, maior aumento foi registrado no Acre (1,78%). Por outro lado, o Amapá teve o pior resultado, com 0% de reajuste.
A análise por atividades apontou que os maiores reajustes acima do INPC foram dados a profissionais que atuam nas áreas de estacionamentos e garagens (4,28%) e outros serviços (4,25%). Por outro lado, trabalhadores que atuam nas áreas de papel, papelão, celulose e embalagens (-0,07%) e gráficas e editoras (-0,21%) tiveram perdas em relação à inflação.
O acompanhamento das negociações coletivas é realizado por meio de acordos e convenções que são devidamente registrados no Mediador do Ministério da Economia. A FIPE coleta os dados registrados, bem como outras informações disponibilizadas no sistema, tabulando e organizando os valores observados para 40 resultados da negociação coletiva, que são reunidos em acordos e convenções, bem como por atividade econômica e setores econômicas.
Para efeito de comparação, o Salariômetro divulgou que, em 2022, 40,6% dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação medida pelo INPC e 34,2% ficaram iguais à inflação. Apenas 25,4% dos acordos coletivos apontaram um reajuste do salário acima da inflação.
O aumento real (acima da inflação) do salário é de fundamental importância para os trabalhadores, dado que aumenta o poder de compra da população brasileira. Neste caso, a recomposição do poder de compra da população é fundamental, principalmente após o período mais restritivo da pandemia da covid-19, onde a inflação atingiu altos patamares.
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