Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informou que o preço do gás de cozinha pode cair até 62% para os setores industriais. Segundo ele, há muito espaço no país para que isso aconteça em breve, o que beneficiará as indústrias.
Em síntese, pode afirmar-se que o portfólio se encontra em fase de finalização do programa “Gás para Empregar”, cujo principal objetivo é apoiar a produção deste combustível bem como a estrutura de distribuição de gás.
O jornal “Folha de S.Paulo” teve acesso aos cálculos do Ministério de Minas e Energia, que revelaram o valor dos contratos de gás vendidos às indústrias do país. No total, os contratos variam entre US$ 13,34/MMBtu (milhões de BTUs) e US$ 18,44/MMBtu.
Hoje, o país tem condições de aumentar a oferta no mercado porque, segundo o ministro Alexandre Silveira, há espaço para isso. Se isso realmente acontecer, o país pode baixar o preço do gás vendido para a indústria. No entanto, para que isso aconteça, a estratégia de produção precisa ser alterada.
Aliás, parte do gás extraído é injetado novamente nos poços. Este processo suporta a produção de petróleo. Mesmo reduzindo um pouco dessa reinserção, é possível aumentar a oferta de gás.
Dessa forma, as contas do ministério sugerem que o preço pode cair para US$ 7/MMBtu ou US$ 8/MMBtu, ou seja, a queda de preço ficaria entre 40% e 62%.
Gás de cozinha para usar
Antes de mais nada, o Governo Federal criou o programa Gás para Empregar em março deste ano por meio do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Em suma, o projeto visa desenvolver ações de fomento ao gás natural, por ser um insumo necessário para a segurança energética do Brasil, além de apoiar o desenvolvimento industrial do país.
“É um programa que visa o processo de reindustrialização nacional através do gás, não só o gás do pré-sal, mas de todas as petroleiras. A garantia de suprimento de gás natural a longo prazo é determinante nas decisões de investimentos em novas plantas industriais de diversos setores intensivos no consumo de gás natural“, mencionou o ministro Alexandre Silveira, à época.
“Uma política bem elaborada e efetiva de aumento do fornecimento de gás natural tem potencial de elevação do emprego, renda e segurança energética e alimentar para a nossa população“, continuou em sua fala.
Confira abaixo alguns dos principais designs:
- Aumentar a oferta de gás natural no país através da troca de hidrocarbonetos (swap);
- Melhorar o aproveitamento e o retorno social e econômico da produção de gás natural por meio da redução do volume de gás de cozinha reinjetado;
- Utilização do gás natural como parte da estratégia de transição energética, priorizando o desenvolvimento de soluções de baixo carbono.
Conforme informações do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE): “O Brasil consome 68 milhões de m³ de gás natural por dia, e há espaço para crescimento, quando do aumento da oferta a preços competitivos. Hoje, por outro lado, apenas 48 milhões de m³ de gás são provenientes da produção nacional. O restante é importado, com preços elevados, sujeitos à flutuações de câmbio e de disponibilidade no mercado internacional”.
Petrobrás reduz preço da gasolina
Vale destacar que a notícia do desconto do gás para a indústria chegou logo após o novo reajuste promovido pela Petrobras na última sexta-feira (16). No geral, a empresa reduziu em 4,3% o valor da gasolina vendida para as distribuidoras do país.
Diante disso, o litro do combustível caiu de R$ 2,78 para R$ 2,66, uma redução de 12 centavos. Este é o valor mais baixo em quase dois anos, já que em 4 de julho de 2021, a Petrobras elevou o preço do litro da gasolina no país de R$ 2,53 para R$ 2,69.
Em 2023, a Petrobras barateou a gasolina em 42 centavos. Isso porque, no final de 2022, o litro do combustível custava R$ 3,08, o que significa que os motoristas aproveitam os preços cada vez mais baixos da gasolina.
Lembrando que este é o terceiro desconto consecutivo na gasolina. Nesse sentido, confira abaixo os ajustes promovidos pela Petrobras em 2023:
- 25 de janeiro: Petrobras aumenta o preço da gasolina em 7,5%, de R$ 3,08 para R$ 3,31;
- 1º de março: Petrobras reduz preço da gasolina em 3,9%, de R$ 3,31 para R$ 3,18;
- 17 de maio: Petrobras reduz preço da gasolina em 12,6%, de R$ 3,18 para R$ 2,78;
- 16 de junho: Petrobras reduz o preço da gasolina em 4,3%, de R$ 2,78 para R$ 2,66.
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