A equipe econômica do governo federal deu aval à propostas “voucher caminhoneiro”, que dará um auxílio de R$ 1 mil para os profissionais do país. A proposta está em discussão no Congresso Nacional, mas já está animando os caminhoneiros, que recusaram o valor de R$ 400 oferecido pelo governo.
A saber, a ideia inicial do governo federal consistia em disponibilizar um auxílio de R$ 400 aos profissionais da categoria. Contudo, os caminhoneiros chamaram o valor de “esmola”, afirmando que não seria suficiente para cobrir os gastos com combustíveis. Por isso, pediram um benefício mais robusto.
Em meio a isso, o governo decidiu permitir o “voucher” mensal de R$ 1 mil para a categoria. De acordo com cálculos da área econômica, essa medida deverá custar R$ 4,8 bilhões aos cofres públicos. Aliás, o auxílio seria pago a até 800 mil caminhoneiros do país.
Toda essa movimentação vem acontecendo devido ao temor do governo em uma nova paralisação da categoria. Além disso, os profissionais são base de apoio político para o presidente Jair Bolsonaro, pré-candidato à reeleição. Isso explica a determinação do governo em aprovar o benefício para os profissionais.
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Auxílio pode barrar na Lei eleitoral
Embora o governo venha se esforçando para atender as exigências dos caminhoneiros, a aprovação do auxílio não deverá ser tão fácil assim. Isso porque o Brasil está em ano eleitoral, e a lei proíbe a criação de qualquer tipo de projeto que esteja fora do Orçamento aprovado para este ano, pelo menos durante o período eleitoral.
Na verdade, o projeto até poderia ganhar aprovação, caso houvesse uma situação de calamidade pública. No entanto, esse cenário não existe, ou seja, o governo não poderá destinar bilhões para uma categoria profissional livremente.
Segundo especialistas, não há justificativa legal para a aprovação do auxílio para os caminhoneiros. Em suma, a expectativa é que o Supremo Tribunal Federal (STF) não permita que o benefício tenha vida longa, mesmo se conseguir aprovação no Congresso e sanção do presidente Bolsonaro.
Por fim, vale destacar que o temor pela greve da categoria ainda existe. Como a Petrobras reajustou o preço do litro do diesel em 14,25% e da gasolina em 5,18%, os caminhoneiros sentiram ainda mais o peso dos combustíveis no bolso. E as ameaças de novas paralisações ainda repercutem no país.
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