A inflação é um fenômeno advindo do desbalanceamento entre oferta e demanda. O que podemos observar ao longo da pandemia de Covid-19 foi uma forte queda da inflação no começo de 2020 e logo em seguida uma forte alta.
Um dos motivos para tal acontecimento é que a demanda por produtos caiu drasticamente, tendo em vista o nível de desemprego da época. Após a queda da inflação, o governo adotou medidas para mitigar o desemprego e a fome.
Com isso, uma das medidas adotadas foi garantir uma renda mensal para as famílias mais vulneráveis. Um reflexo dessa medida foi a volta ao consumo, o que levou a inflação encontrar seu ponto de inflexão e voltar a subir, aumentando ao longo do ano de 2020.
Nesse sentido, no ano de 2021, podemos notar que não mais impactada diretamente pelo auxílio emergencial, a inflação começa a sofrer com reflexos da COP-26 e da corrida dos países para substituir suas matrizes energéticas.
Devido a essa corrida, muitos produtos derivados do petróleo ou subprodutos de commodities acabaram sofrendo uma alta significativa em seus preços. Com a implementação de políticas para reduzir a emissão de poluentes, muitas commodities como carvão, gás natural e petróleo ficaram escassos e tiveram aumento em suas cotações.
O que pode desacelerar a inflação?
Como vimos, o crédito está mais caro. Com os juros elevados o consumo fica prejudicado, assim dificultando o pedido de empréstimos, por exemplo. Além disso, a renda fixa tem se tornado interessante, o que estimula a poupança ao invés de gastos.
Com as taxas de juros lá em cima, investidores estrangeiros podem se interessar em ganhar dinheiro por aqui. Visto que com esse patamar de juros, dá para se obter ganhos consideráveis quando se comparado aos títulos de tesouro americano.
Em outras palavras, os juros altos devem conter um dos vilões da forte inflação à medida que diminui fortes picos de alta da moeda americana. Com isso, os combustíveis que estão fortemente correlacionados com a moeda americana não sofrem aumentos expressivos pela variação cambial.
O que pode impactar a inflação
Ainda que o câmbio não se torne um vilão quando o assunto é inflação, o preço do barril do petróleo pode se tornar. Logo, caso a cotação do barril suba e ajustar os preços dos combustíveis para cima, o impacto torna-se muito acentuado na inflação.
Além disso, ainda que improvável, não podemos eliminar a hipótese de novos picos de aumento na moeda americana, caso o dólar volte a se aproximar do patamar de R$6,00. Essa cotação poderia impactar os preços de forma geral, devido a forte correlação do dólar com os mais diversos produtos da nossa economia.