Uma reunião realizada nesta terça-feira (02) entre líderes do Senado, em Brasília, no Distrito Federal, culminou no adiamento da sabatina dos indicados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para depois das eleições. A decisão veio após uma votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ter determinado que a sabatina dos indicados deve ocorrer presencialmente, o que é complicado em tempos de eleições.
De acordo com a jornalista da “Globo News”, Julia Dualibi, existem articulações no Senado feitas por integrantes da casa e também por pessoas do Judiciário que são contra as indicações de Paulo Sérgio Domingues e Messod Azulay Neto no STJ. Por conta disso, ventila-se que a decisão de adiar é, na realidade, uma tentativa de deixar para o próximo presidente da República a função de indicar os nomes.
Durante a reunião dos líderes, realizada na manhã desta terça, o senador Nelsinho Trad (PSD) tentou convencer os colegas a fazerem a sabatina e deixar para depois das eleições somente a avaliação do plenário. No entanto, nem isso foi possível e, agora, os indicados por Bolsonaro, que precisam ter os nomes aprovados por maioria na CCJ e no plenário do Senado, terão que esperar.
Assim como publicou o Brasil123, a indicação feita por Bolsonaro trouxe à tona uma disputa do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque o ministro Gilmar Mendes queria a indicação do desembargador Ney Bello, mas o ministro Kassio Nunes Marques acabou barrando a indicação, pois é adversário do apoiado pelo colega.
Na briga de braço, Gilmar Mendes acabou perdendo. Isso porque segundo a jornalista da “Globo News” Bolsonaro afirmou que se alinhou com Kassio Nunes Marques, pois o ministro, indicado pelo chefe do Executivo, “tem se esforçado para proteger as demandas do Palácio do Planalto no Judiciário”. Dentre esses esforços está o voto a favor de Felipe Francischini, deputado federal que foi cassado por divulgação de notícias faltas nas eleições de 2018.
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