Após a decisão do tribunal de Moscou de condenar, na última terça-feira (2), Alexei Navalny a três anos e meio de prisão, houve mais protestos em toda a Rússia. Em apenas um dia, houve mais de 1.400 detenções, de acordo com a OVD-info, uma associação que monitora a perseguição política no país governado por Vladimir Putin.
A maioria das prisões, mais de 1.100, ocorreu na capital Moscou, onde a violência de policiais contra manifestantes foi filmada. Outras 246 pessoas foram presas em São Petersburgo e algumas dezenas espalhadas por outras cidades russas. Após o retorno de Navalny à Rússia em 17 de janeiro e sua prisão imediata, protestos começaram em todo o país.
Na audiência que condenou Navalny, ele agradeceu às pessoas que protestaram nos últimos dias para pedir a libertação dele. O principal opositor de Putin não convidou diretamente as pessoas para irem às ruas, mas disse que “milhões de pessoas não podem ser presas”.
Navalny condenado
Alexei Navalny foi condenado por violar a liberdade condicional após uma sentença anterior porque estava fora do país. Na verdade, ele estava internado na Alemanha para receber tratamento após ter sido envenenado, e acusa a atuação dos serviços de segurança russos pela tentativa de homicídio.
O adversário de Putin afirmou que a sentença desta terça-feira foi ditada por motivos políticos. Ele cumprirá dois anos e oito meses de prisão porque já passou pouco menos de um ano em prisão domiciliar.
Em 28 de dezembro, enquanto Navalny ainda estava na Alemanha, a polícia russa ordenou que ele comparecesse no dia seguinte para um check-up, dizendo que se ele não o fizesse, uma ordem de prisão seria emitida contra ele. Navalny, no entanto, ainda estava se recuperando e não apareceu. Por causa dessa alegada violação, as autoridades russas solicitaram ao tribunal que convertesse a pena suspensa contra ele em uma verdadeira pena de prisão.