Pela primeira vez em mais de 100 anos, a Rússia anunciou calote no pagamento de suas dívidas externas. Na prática, isso quer dizer que quem emprestou dinheiro ao país ficou sem receber os juros do investimento. Apesar disso, o presidente do país, Vladimir Putin, diz que isso aconteceu por conta da exclusão do país do sistema SWIFT.
A notícia gerou cautela no mercado, que acompanha as consequências do conflito no leste europeu. Agora, fundos de investimentos se afastarão ainda mais da Rússia, o que pode ser bom para o Brasil, de certa forma.
Calote na dívida
A Rússia anunciou que não conseguiu pagar a dívida que tem com os investidores internacionais. A notícia impactou fortemente o mercado, que acendeu um alerta sobre as finanças do país. Isso porque, há alguns meses, Europa e Estados Unidos lideraram uma série de movimentos de sanções por conta do conflito com a Ucrânia.
Contudo, o presidente Vladimir Putin disse que o motivo do calote não é a falta de dinheiro. O chefe da nação afirma que a retirada da Rússia do sistema SWIFT é a principal causa para o não pagamento, dado que sem ele não é possível transferir dinheiro internacionalmente. Diante disso, Putin disse que se trata de um “calote artificial”. Para solucionar o problema, Putin colocou os valores das dívidas, cerca de US$40 bilhões, nos principais bancos do país. Segundo ele, basta que as empresas e investidores abram contas nesses bancos para que retirem o dinheiro. Contudo, ainda seguirá a impossibilidade de retirar o valor para fora do país, com exceção de impressão da moeda.
Dessa forma, especialistas dizem que essa é uma forma de a Rússia minimizar as perdas das sanções impostas pelo ocidente. Até agora, a Rússia não parece sentir, da forma esperada, os impactos das perdas econômicas, principalmente por conta da forte relação geopolítica com a China.
Os impactos da guerra
A guerra da Rússia com a Ucrânia gerou diversos impactos não só na região, mas também para o mundo inteiro. Além do alto número de mortos e feridos na região, a economia vem mostrando sinais de recessão no mundo, principalmente por conta da alta da inflação, que leva ao aumento de juros nos países desenvolvidos.
Além disso, as sanções à Rússia tiveram um efeito quase imediato no preço do petróleo. Com a falta do petróleo russo, a oferta mundial diminuiu, o que fez o preço subir muito. Por outro lado, os países da OPEP decidiram por não aumentar a produção de barris, justamente para causar um problema na economia do ocidente.
O resultado é uma inflação recorde nos Estados Unidos e na Europa. Por outro lado, a própria Rússia vem dando sinais de crise, mas com dados bem superiores ao que era esperado pelo ocidente. Isso acontece por conta da relação próxima da Rússia com a China. Vale lembrar que a China é uma das principais potências mundiais e tem condições de suprir, economicamente, boa parte das necessidades dos russos.