O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, não participou da segunda parte da agenda oficial do presidente Lula. Após uma reunião com todos os governadores do país, o presidente convidou os chefes do Executivo estaduais para um almoço. Nesta parte, Zema recusou o convite e deixou a capital federal rumo ao estado que governa.
Em nota ao Estado de Minas, a assessoria de imprensa do governador afirma que Romeu Zema já havia confirmado presença em outro evento. Isso porque o governador participaria da reinauguração da Biblioteca Pública de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O evento aconteceu hoje à tarde.
A reunião de Lula com os governadores
Romeu Zema foi apenas um dos 27 convidados pelo presidente Lula para uma reunião geral. Hoje, o petista fez uma reunião com todos os governadores do Brasil. A ideia do petista era ouvir as demandas de cada um dos convidados. Além disso, eles criaram o Conselho da Federação, uma entidade permanente que será composta por representantes da União, dos estados e dos municípios.
Segundo o Governo Federal, a ideia do Conselho é “definir uma agenda permanente de diálogo e pactuação em torno de temas definidos como prioritários pelos entes federados”. O documento ainda reafirma a proteção da democracia no Brasil. A nota afirma que “a democracia é um valor inegociável”, uma clara resposta às invasões nos três poderes, que aconteceu em 8 de janeiro. Contudo, essa foi apenas a primeira parte do encontro e contou com todos os governadores, incluindo Romeu Zema.
Porém, a segunda parte, que foi o almoço oferecido pelo presidente Lula, não contou com algumas presenças. Além de Romeu Zema, Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Jorginho Mello (Santa Catarina) não participaram do evento.
Romeu Zema criticou o Governo Federal
Apesar disso, a visita de Romeu Zema ao presidente da República acontece apenas duas semanas após o governador de Minas Gerais fazer insinuações. Segundo ele, o Governo Federal teria feito “vista grossa” ao ato golpista. Além disso, ele também deu a entender que houve um erro “proposital” do Governo Federal na contenção das manifestações.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Romeu Zema disse se trata de uma suposição. “Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse, posteriormente, de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso“, disse o governador de Minas Gerais.
A fala de Romeu Zema, por sua vez, foi alvo de críticas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. À imprensa, Dino disse que ficou espantado com a colocação do governador. “Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele. É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele… Primeiro porque Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, é a terra da democracia… Então não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terroristas”, afirmou Flávio Dino.