As contas externas do Brasil tiveram um saldo negativo de US$ 4,464 bilhões em outubro deste ano. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Banco Central (BC) o déficit é o maior desde o rombo registrado em março deste ano, de US$ 5,189 bilhões.
Em resumo, as contas externas refletem o resultado das transações correntes. Nesse caso, entram na equação a balança comercial, os serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e as rendas (remessas de juros, bem como lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A saber, superávit é registrado quando o saldo destas transações fica positivo, com mais entrada de recursos do que saída. Contudo, quando acontece o contrário, registra-se déficit das contas externas. E, em outubro, o resultado negativo foi bastante expressivo.
De acordo com o BC, o superávit de US$ 2 bilhões da balança comercial brasileira em outubro ficou menor que os valores registrados nos meses anteriores. Assim, não conseguiu impulsionar as contas externas no mês. Em suma, a balança comercial tem superávit quando as exportações superam as importações, mas déficit quando as importações são superiores.
Rombo nas contas supera o registrado em 2020
O rombo acumulado entre janeiro e outubro pelas contas externas no país chegou a US$ 15,783 bilhões. No mesmo período de 2020, o déficit estava menor que o deste ano, em -US$ 13,571 bilhões.
A propósito, o déficit das contas externas teve forte queda de 75% em 2020, totalizando US$ 12,517 bilhões. Em síntese, isso ocorreu devido à pandemia da Covid-19, visto que os gastos de brasileiros no exterior caíram expressivamente por causa das restrições de circulação de pessoas.
Por fim, o BC projeta uma piora no rombo das contas externas do país neste ano. A saber, a expectativa é que haja um déficit de US$ 21 bilhões nas contas do Brasil em 2021.
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