As contas externas do Brasil tiveram um déficit de US$ 28,110 bilhões no acumulado de 2021. De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Banco Central (BC), o déficit superou em 14,8% o rombo registrado em 2020 (US$ 24,492 bilhões).
Em resumo, as contas externas refletem o resultado das transações correntes. Nesse caso, entram na equação a balança comercial, os serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e as rendas (remessas de juros, bem como lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
A saber, superávit é registrado quando o saldo destas transações fica positivo, com mais entrada de recursos do que saída. Contudo, quando acontece o contrário, registra-se déficit das contas externas. E, em 2021, o resultado negativo ficou bastante expressivo. Aliás, o resultado é o pior desde 2019, quando o rombo das contas chegou a US$ 65 bilhões.
Balança comercial tem melhora, mas não evita rombo
Vale destacar que a balança comercial brasileira encerrou 2021 com uma grande melhora em relação ao ano anterior. Em síntese, a balança brasileira teve um superávit de US$ 61 bilhões no ano passado. Isso corresponde a um salto de 21,1% em relação a 2020.
A propósito, a balança comercial tem superávit quando as exportações superam as importações. No entanto, quando as importações superam as exportações, o país tem déficit comercial.
Vale destacar que a base comparativa estava bastante forte. Em resumo, o rombo das contas externas em 2020 despencou 75% em relação a 2019, totalizando US$ 12,517 bilhões. Isso ocorreu devido à pandemia da Covid-19, visto que os gastos de brasileiros no exterior caíram expressivamente por causa das restrições de circulação de pessoas.
Em 2021, as despesas no exterior caíram ainda mais. Contudo, o aumento das remessas de lucros e dividendos das empresas, que saltou de US$ 16,823 bilhões em 2020 para US$ 29,847 bilhões em 2021, fez o rombo das contas externas crescer.
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