Com 49 votos, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está reeleito para o cargo de presidente do Senado. A disputa vinha ganhando repercussão nacional por conta da ampla oposição de Rogério Marinho, que hoje teve 32 votos. Com a reeleição de Pacheco, especialistas dizem que Lula tem acesso facilitado à aprovação de projetos, mas que isso não significa um alinhamento total do chefe do Executivo com o presidente do Senado.
Isso porque os políticos possuem pautas de discordância. Contudo, as divergências entre Lula e Rodrigo Pacheco são menores que as divergências entre Lula e Rogério Marinho. Na Câmara, Arthur Lira também foi reeleito para a presidência dos deputados.
Resultado conforme o previsto
A reeleição de Rodrigo Pacheco aconteceu conforme o previsto. Isso porque o senador ganhou por 49 a 32, uma margem considerada confortável. Contudo, a preocupação do senador era o forte crescimento de Rogério Marinho, principalmente na última semana. Apesar disso, o movimento não foi o suficiente para impedir a reeleição do senador mineiro.
Durante a campanha, Rodrigo Pacheco teve apoio declarado de diversos partidos, incluindo o do PT, partido do presidente Lula. Na oposição, Rogério Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro, teve apoio dos partidos de oposição, como o PP e o PL.
Na prática, com a reeleição, Rodrigo Pacheco vai presidir o Senado até 2025, dado que o mandato no cargo é de 2 anos. O mínimo de votos necessários era de 41. Com o resultado de votos obtidos, 49, Pacheco teve menos votos que em 2021, ocasião em que conseguiu arrematar 57 votos.
Segundo especialistas, a disputa mais acirrada que 2021 mostra o cenário de polarização política do país, que também se reflete nas votações do Legislativo. Durante a votação, senadores pediram para que fossem revelados os votos de cada integrante da Casa. Contudo, o pedido foi negado, atendendo o regimento interno do Senado.
A importância de Rodrigo Pacheco
Com o resultado confirmado pelo Senado, o papel de Rodrigo Pacheco será fundamental para o andamento do governo nos próximos dois anos. Isso porque o presidente do Senado é o responsável pelo andamento de diversos projetos, além de ser um dos primeiros substitutos à linha sucessória, em caso de desligamento do presidente da República.
Na prática, o presidente do Senado pode colocar ou retirar de votação os projetos. Nesse sentido, caso tenha uma boa relação com o Executivo, por exemplo, Rodrigo Pacheco pode abrir votação para projetos que Lula deseja aprovar. Isso é um processo legal, já que não é uma interferência de um poder no outro. Por outro lado, se o presidente do Senado é oposição ao presidente, fica difícil para o Executivo colocar em votação projetos que considera importante.
Além disso, Rodrigo Pacheco, como presidente do Senado, é também o presidente do Congresso Nacional. Dessa forma, é ele que apresenta projetos importantes para os parlamentares, como as leis de orçamento anual e até mesmo processos de impeachment.
Por fim, o presidente do Senado é o terceiro na linha sucessória para a presidência da República. Dessa forma, se Lula e Geraldo Alckmin se ausentarem do país ou forem desligados dos cargos, quem assume o posto é Rodrigo Pacheco.