Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, afirmou na noite desta segunda-feira (31) que o Brasil, agora, precisa de “pacificação e união em busca do desenvolvimento”. Na visão do também chefe do Congresso, esses dois temas passam, “necessariamente, pela valorosa categoria dos caminhoneiros brasileiros”.
Caminhoneiros fecham rodovias e pedem intervenção militar
A declaração de Rodrigo Pacheco foi feita em sua conta no Twitter e aconteceu devido aos bloqueios e manifestações que são feitas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que estão insatisfeitos com o fato de que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito chefe do Executivo no domingo (02) com mais de dois milhões de votos de vantagem sobre o mandatário.
“Em nome da Presidência do Senado Federal, manifestei expresso reconhecimento do resultado das eleições no Brasil, de forma plena, absoluta e insuscetível a quaisquer questionamentos”, começou Rodrigo Pacheco. “Agora, precisamos de pacificação e união em busca do desenvolvimento, que passa necessariamente pela valorosa categoria dos caminhoneiros brasileiros”, completou ele ao comentar sobre os atos realizados por uma parcela dos profissionais da categoria.
Os efeitos das paralisações dos caminhoneiros
De acordo com números da Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o começo da noite, ao menos 16 estados relataram paralisações nas rodovias federias e 236 ocorrências por conta deste fato foram registradas. Em nota, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) afirmou que é contra a atitude dos profissionais.
“A entidade respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas. Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis”, disse a entidade.
Ainda no comunicado, a CNT afirmou ter convicção de que as autoridades garantirão a circulação de pessoas e de bens por todo o país com segurança, “entendendo que qualquer tipo de bloqueio não contribui para as atividades do setor transportador e, consequentemente, para o desenvolvimento do Brasil”.
Já a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), responsável por representar os interesses dos produtores ruralistas no Congresso, apesar de salientar que entende o momento “delicado”, ressaltou que “o caminho das paralisações de nossas rodovias impacta diretamente os consumidores brasileiros, no possível desabastecimento e em toda a cadeia produtiva rural do país”. “Fazemos um apelo para que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e outros produtos de primeira necessidade e/ou perecíveis”, afirmou em nota.
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