Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado e do Congresso Nacional, afirmou, durante entrevista ao canal “CNN Brasil” na noite desta quinta-feira (20), que acredita que o governo do chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria, desde o início, ter apoiado a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos de vandalismo registrados no 08 de janeiro, evitando essa mudança de posicionamento somente após a divulgação de imagens que levaram à demissão do general Gonçalves Dias do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“Acho até que o governo devia ter tido essa postura desde o início, que é uma postura que eu tive de afirmar a gravidade do 08 de janeiro, da consequência daqueles atos antidemocráticos, e que era legítimo o Parlamento fazer as investigações próprias relativamente a isso. O governo se pôs contra em um primeiro momento, entendendo que os órgãos de persecução penal estavam agindo, como estão agindo, mas nada impediria que houvesse também uma CPI para investigação. Isso não altera nada o calendário”, afirmou ele.
Ainda na entrevista, ele revelou que a leitura do requerimento de abertura da CPMI vai acontecer na próxima quarta-feira (26). “No dia 26 vai acontecer aquilo que deveria ter acontecido no dia 18, que é a leitura da CPMI. Eu nunca me furtei a isso em qualquer circunstância. Seria esse o encaminhamento mesmo da leitura da CPMI considerando que ela preenche os requisitos”, disse ele.
Em outro momento, o presidente do Senado relatou que a conduta do general Gonçalves Dias, agora ex-ministro do GSI, deve ser apurada pelas autoridades e que todos os responsáveis pelos atos criminosos –sejam autoridades ou cidadãos comuns– devem ser responsabilizados. Assim como publicou o Brasil123, o general, segundo vídeos publicados nesta semana, estava presente no Palácio do Planalto no dia dos atos de vandalismo do 08 de janeiro.
“Em relação a esse episódio envolvendo o GSI, o Gonçalves Dias, eu considero que é um fato que precisa ser esclarecido, apurado. Tenho defendido que todo aquele que direta ou indiretamente tenha contribuído para a prática de atos lesivos à democracia devam responder por esses atos. Isso se aplica a um cidadão comum que ousou ter a petulância de invadir prédios públicos e atentar contra a democracia, mas também autoridades públicas que de algum modo tenham sido lenientes ou tolerantes em relação a isso”, disse Rodrigo Pacheco.
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