Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o retorno das coligações partidárias nas eleições proporcionais – para deputados e vereadores – seria um “retrocesso”. Nesse sentido, de acordo com o chefe do Senado, a tendência é que o projeto, que chega à Casa após ter sido aprovado na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (12), não vá adiante.
Segundo ele, a expectativa é que o Senado decida pela manutenção, para as eleições de 2022, das regras previstas na reforma eleitoral de 2017, quando as coligações foram proibidas.
As coligações são criticadas por especialistas em política e também por parte do Congresso nacional. Isso porque, com elas, torna-se possível a união de partidos em um único bloco para a disputa das eleições de vereadores e deputados.
Com isso, surgem os chamados “partidos de aluguel”, que não seguem nenhuma ideologia específica e apenas negociam as cadeiras em troca de apoio. “Eu mantenho minha posição pessoal. Eu considero, sim, que é um retrocesso”, conta o presidente do Senado.
“Nós fizemos uma opção inteligente em 2017, e um dos itens é justamente o fim das coligações e, com a cláusula de desempenho, fará com que nós tenhamos menos partidos políticos e uma melhor representatividade na política”, declarou Rodrigo Pacheco nesta quinta-feira (12).
Pacheco diz em respeito à Câmara
Em outro momento, contudo, o chefe do Senado salientou que respeita a decisão da Câmara e que conversará com os líderes partidários para avaliar a tramitação do projeto. “Vamos submeter aos líderes partidários do Senado, aos senadores, para avaliação da tramitação dessa ideia, para que ela possa ser decidida também pelo Senado”, explicou.
“Mas vejo uma tendência, no Senado, de estabelecer que as eleições de 2022 tenham que se dar com as mesmas regras que foram impostas com a reforma de 2017″, completou o presidente.
Outra proposta
Diferentemente da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das coligações, que foi aprovada ainda em primeiro turno na Câmara, um outro projeto foi vetado nesta quinta (12) na Câmara: o do chamado “distritão”.
Caso fosse aprovado, o texto permitiria que os deputados federais mais votados em cada estado poderiam ser eleitos sem levar em conta a proporcionalidade da votação dos partidos.
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