Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado e do Congresso Nacional, afirmou nesta segunda (08) que os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 08 de janeiro devem se pautar pela apuração dos fatos. Isso, disse ele durante entrevista ao canal “CNN Brasil”, sem levar a radicalização para dentro do Congresso Nacional.
“O que eu espero, sinceramente, é que haja um propósito republicano de apuração de fatos. Trazer um debate de polarização, de radicalização, para dentro do Congresso, usando um instrumento de investigação de algo sério, eu acho que não é bom”, afirma Rodrigo Pacheco.
Em outro momento, ele afirmou que, em sua visão, o papel da CPMI será contribuir com o Ministério Público Federal, com a Polícia Federal e com Poder Judiciário na apuração dos crimes que foram praticados contra o Estado de Direito no Brasil no dia 08 de janeiro desde ano, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Assim como publicou o Brasil123, a comissão que vai apurar os atos criminosos contra as sedes dos Três Poderes teve o primeiro passo dado para ser criada no final de abril, quando Rodrigo Pacheco leu o requerimento que permitiu sua instalação – agora, caberá os partidos estão fazendo as indicações dos membros do colegiado.
“Estava muito óbvio desde sempre que os partidos que compõem a base do governo teriam essa maioria na CPMI, mas, mesmo assim, a oposição insiste, e é louvável essa atitude da oposição de insistir num propósito que assumiu, e está para ser instalada [a CPMI]”, comentou Rodrigo Pacheco.
Na ocasião, ele afirmou que não vai interferir na comissão, garantindo sua independência, visto que o colegiado terá um presidente, relator e membros, assim como fez na CPI da Covid-19, que investigou as ações e omissões do governo de Bolsonaro durante a pandemia.
Rodrigo Pacheco comenta sobre relação entre Poderes
Na entrevista ao canal “CNN Brasil”, Rodrigo Pacheco ainda falou que a disputa por poder entre Câmara e Senado já se mostrou “ineficaz”. Nesse sentido, ele pontuou que, “na essência constitucional”, o Senado deve ser a Casa revisora, mas que também pode propor projetos. Isso, seguindo o ordenamento jurídico.
“Por ser uma Casa com mandatos mais longos, composta, em regra, por políticos mais experientes, (…) é natural que [o Senado] assuma um papel de mais reflexão, mais contenção, até de mais equilíbrio nas propostas que são propostas no Parlamento”, destaca Rodrigo Pacheco, completando que, à frente do Congresso, sempre tentou estabelecer uma relação de “muito respeito e cordialidade” com o governo federal e que tentará continuar essa boa dinâmica com o Executivo.
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