O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (10) que estuda a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a organização, o financiamento e os autores do ataque terrorista em Brasília. Além disso, Pacheco disse que o Senado fará tudo o que for possível para processar os terroristas e exigir uma compensação financeira, incluindo o confisco de bens, a fim de compensar os danos causados pela invasão dos radicais bolsonaristas aos prédios dos três Poderes no último domingo (8).
Fala de Rodrigo Pacheco
Em seu discurso, Rodrigo Pacheco disse que quem se opõe à democracia precisa ser punido, e que o Senado agirá com a maior força possível. Segundo o presidente do Senado, o espírito de paz não deve ser confundido com inércia e leniência. “Talvez, pela gravidade, pela magnitude que essa violação democrática, essas agressões que o estado de direito sofreu no Brasil, eu considero muito pertinente uma Comissão Parlamentar de Inquérito”, afirmou Pacheco. “Estando no recesso, não havendo sessões, o pedido protocolado pela senadora Soraya Thronicke, já com as assinaturas, deverá ser liberado a partir de 1º de fevereiro por quem esteja na presidência do Senado Federal”, acrescentou o presidente do Senado.
É importante ressaltar que, para que a CPI seja criada no Senado, são necessárias as assinaturas de 27 senadores. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), cujo pedido de instalação urgente da CPI para apurar ações dirigidas por bolsonaristas radicais, já ultrapassou 30 assinaturas.
Jogo de cadeiras
Nesta terça (10), Pacheco reuniu integrantes da Diretoria-geral do Senado, a Advocacia, a Consultoria Legislativa, a Chefia de Gabinete, a Polícia Legislativa e a Secretaria-geral da Mesa, de modo a avaliar os danos e ajustar a investigação para punir os envolvidos. Vale lembrar que, a partir de fevereiro, o Senado terá uma nova composição, com os senadores eleitos em outubro de 2022. Além disso, Rodrigo Pacheco tenta a reeleição para a presidência e, caso perca a disputa, não cabe mais a ele decidir sobre esse assunto.
Recuperação do prédio do Senado
Nesta terça (10), após aprovar o decreto presidencial que determina intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, assinado pelo presidente Lula (PT), Rodrigo Pacheco estimou que o prédio do Senado será recuperado em 40 dias. “Essa frente envolve os danos causados ao prédio do Congresso, do Senado Federal. Este levantamento é fundamental, é o diagnóstico dos problemas que temos. Já estamos tomando todas as iniciativas para recuperar plenamente o prédio do Senado. A previsão de tempo é que consigamos fazer em um prazo de cerca de 40 dias. Acredito que, até fim de fevereiro, teremos recomposto todo o nosso prédio do Senado Federal da forma como era antes”, disse o presidente do Poder Legislativo.