O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (sem partido), afirmou, nesta sexta-feira (13), que não existem condições políticas para a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com ele, o fato acontece porque ainda há apoio suficiente para impedir que o mandato do chefe do Executivo seja cassado, mesmo que o cometimento de crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente esteja claro.
A fala do deputado foi feita em uma entrevista ao portal “UOL”. Na ocasião, o parlamentar foi questionado sobre o porquê de não ter instaurado um processo de impeachment contra Bolsonaro quando ainda ocupava a cadeira de chefe da Câmara.
Segundo ele, o processo em questão poderia fortalecer ainda mais Bolsonaro, visto que as chances de a destituição acontecer eram e ainda são baixas. “Não quero tirar minha responsabilidade. Estou convencido de que a gente não tinha votos suficientes, de que iríamos fortalecer o Bolsonaro. Agora, claro, mesmo que com um processo de impeachment derrotado, isso poderia ter gerado limites ao presidente”, confessou o deputado.
Ainda na entrevista ao portal “UOL”, Rodrigo Maia opinou que, no sistema atual de abertura de impeachment contra um presidente, a decisão acaba sendo pessoal, o que acaba prejudicando uma tomada de atitude.
“Não é uma questão se sou contra ou a favor do Bolsonaro. Tinha que se pensar um novo formato, talvez um conselho de notáveis, com os ex-ministros do Supremo, os ex-presidentes do STJ”, indicou.
Nesse sentido, ele relembrou a decisão do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB), que enquanto presidente da Câmara, decidiu pela abertura de processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
“Um conselho para assessorar a decisão do presidente, uma questão que quando você vá decidir, não fique parecendo ´ô, eu tomei uma decisão porque o PT votou contra mim no Conselho de Ética’, foi assim que o Eduardo Cunha decidiu”, relembrou.
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