O Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), chefiado por Marina Silva, anunciou, neste sábado (14), o novo chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). O órgão, um dos mais importantes para a preservação da fauna brasileira e o combate ao desmatamento, contará com a presidência de Rodrigo Agostinho.
A pauta do desmatamento foi uma das mais caras ao último governo. Segundo especialistas, Rodrigo Agostinho precisará lidar com números alarmantes na Amazônia, além do baixo financiamento ao órgão nos últimos anos.
Quem é Rodrigo Agostinho?
Rodrigo Agostinho foi o nome escolhido para assumir a liderança do Ibama no próximo governo. A instituição é uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e, por isso, as indicações aos cargos são estratégicas políticas. A escolha deste nome parece ter seguido critérios técnicos, principalmente por conta do currículo do nomeado.
Isso porque Rodrigo Agostinho é biólogo, advogado e também ambientalista. Tem mestrado em Ciência e Tecnologia com ênfase em biologia da conservação e cursos de especialização e pós-graduação. Além de suas formações acadêmicas, ele também tem atuação política na área.
O parlamentar eleito fez parte do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) por mais de 10 anos. Ainda hoje, também é membro da Comissão Mundial de Direito Ambiental da União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN). Em suas redes sociais, Rodrigo Agostinho afirmou que fará “uma gestão técnica, valorizando o trabalho dos servidores“.
Além de Rodrigo Agostinho, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) anunciou Edel Moraes para a Secretaria de Desenvolvimento Rural Sustentável. Ela integra comunidades extrativistas no Pará e é a primeira mulher vice-presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativista (CNS).
Com a nomeação, os indicados possuem uma tarefa considerada essencial: controlar o desmatamento na Amazônia e recuperar a imagem brasileira perante o mundo.
Sustentabilidade como regra
A nomeação de Rodrigo Agostinho e Edel Moraes vem em uma hora em que o novo governo se prepara para mudar a imagem do Brasil perante o mundo. Isso porque durante 4 anos, o ex-presidente Jair Bolsonaro colecionou polêmicas com o Ibama, com os dados de desmatamento e também em relações bilaterais com países europeus.
Durante o mandato anterior, Noruega e outros países chegaram a suspender os pagamentos para o Fundo Amazônia, que foi retomado com a chegada do novo governo. Além disso, Bolsonaro mencionou, em lives e entrevistas oficiais, o desmatamento na Alemanha e a má gestão ambiental na França. Por outro lado, manchetes mundiais condenavam as queimadas no Brasil, que chegaram a níveis recordes. Durante a gestão de Bolsonaro, o desmatamento foi de 5 mil km² para 9 mil km². Os dados contemplam os meses de janeiro a setembro e são do Imazon.
Rodrigo Agostinho tem um perfil bastante diferente de Eduardo Fortunato Bim, que liderou o instituto durante parte do mandato de Bolsonaro. Com a nomeação, o novo governo espera reverter a imagem negativa deixada pelo antecessor, retomar o financiamento internacional e os acordos bilaterais ligados à sustentabilidade.