Dividir o mundo com robôs seria considerado uma insanidade poucas décadas atrás. No entanto, a realidade muda tão rapidamente que isso pode começar a acontecer muito antes do que você imagina. Pelo menos é o que apontam as projeções de um relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG).
Em resumo, o levantamento estima que o setor de robótica cresça entre seis e dez vezes até 2030. Além disso, o estudo também prevê uma disparada do faturamento do setor, de US$ 25 bilhões para entre US$ 160 bilhões e US$ 260 bilhões até o final da década.
O levantamento citou três fatores fundamentais para a disparada da robótica até o final da década: inovações de empresas menores e startups, avanços tecnológicos e mudanças no comportamento do consumidor. A conjunção de tudo isso impulsionará o setor nos próximos anos, segundo o estudo.
Faturamento dos robôs de serviço crescerão na década
Estes números são bastante expressivos, mas o que os humanos realmente poderão ver são os robôs. De acordo com o levantamento, os robôs de serviço devem se tornar líderes no final da década, crescendo de 25% a 35%. A saber, o segmento deverá faturar entre US$ 90 bilhões e US$ 170 bilhões no mundo em 2030. Atualmente, o segmento representa uma pequena parcela do setor de robótica.
Por sua vez, os robôs industriais e de logística ficarão para trás e perderão a liderança. Contudo, seguirão tendo bastante importância para a robótica, gerando um faturamento de US$ 80 bilhões no final de 2030.
“Será um período de inovação e novos caminhos. As empresas consolidadas precisarão de agilidade e um olhar atento para essas mudanças, que podem surgir principalmente das empresas menores e startups de robótica, que são inovadoras e podem conquistar uma fatia importante desse mercado”, destacou Otávio Dantas, diretor-executivo e sócio do BCG e líder da prática de Technology Advantage.
Maiores mudanças para a robótica na década
O estudo também destacou que os robôs de serviço dominarão o mundo. Como as populações estão envelhecendo cada vez mais, diversas tarefas precisarão de ajuda. E os robôs terão essa funcionalidade, de ajudar com higiene pessoal e exercícios, além da entrega de refeições.
Em relação às mudanças no comportamento dos consumidores, o destaque fica para a demanda de itens sustentáveis. Ao mesmo tempo, a busca por entregas mais rápidas e personalizadas dos produtos aumentará o uso dos robôs e impulsionará sua modernização.
Outro fator impressionante é a aprendizagem dos robôs. Segundo o executivo Dantas, há ferramentas de simulação em uso, mas que ainda precisam evoluir. “Com as melhorias que já observamos na ciência da computação e na inteligência artificial, a tendência é que os robôs consigam reagir a situações mais complexas e interpretar diferentes cenários“, disse.
Por fim, o estudo projeta que os robôs assumirão profissões que requerem menor capacitação. Haverá escassez de trabalhadores braçais e os salários seguirão crescendo expressivamente. Isso fará as empresas utilizarem cada vez mais robôs e menos humanos.
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