O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) tinha sete mil balas em casa e afirmou que só sairia de sua residência morto. As informações constam na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, assim como publicou o Brasil123, decretou a prisão preventiva do parlamentar por tentativa de homicídio contra agentes da Polícia Federal (PF).
Em sua decisão, Alexandre de Moraes pontuou que a PF encontrou um verdadeiro arsenal de armas e munições na casa do político, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Conforme já destacado, o preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 tiros, além de lançar três granadas contra a equipe da Polícia Federal”, escreveu o ministro.
De acordo com o ministro no documento, que foi revelado pelo canal “CNN Brasil” na noite desta quinta-feira (27), o cenário se revelou ainda mais grave com a apreensão dos sete mil cartuchos de munição compatíveis com fuzis e pistolas. “Essa conduta, conforme ampla jurisprudência desta Suprema Corte, revela a necessidade da custódia preventiva para garantia da ordem pública”, disse o ministro, que neste ano assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em depoimento, Roberto Jefferson elogiou a conduta da PF com ele. “Não houve nenhum problema da Polícia Federal comigo, me trataram com toda a cortesia, não fui ferido, não tive problema nenhum”. “Teve uma troca de disparos, um policial atirou em mim, mas eu não atirei nele. Vim para o Rio de Janeiro com a equipe tática e fui tratado com toda a consideração, inclusive na Superintendência. Fui submetido, no IML, ao exame de corpo de delito e não tenho nenhuma lesão”, informou o ex-deputado.
Prisão de Roberto Jefferson
Na ocasião, o político não só resistiu à prisão como ainda atacou os agentes, que reagiram, mas não invadiram a propriedade do ex-parlamentar – segundo as informações, dois policiais ficaram feridos, mas sem gravidade.
Ao todo, foram mais de oito horas de Roberto Jefferson negando se render. Ele, que agora está no Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, cumpria pena domiciliar desde janeiro – ele é um dos alvos do inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa que atenta contra a democracia.
Essa prisão havia sido determinada por Alexandre de Moraes, que ordenou a volta do ex-deputado para a cadeia depois que ele descumpriu ordens que davam o direito de ele cumprir a pena em casa, como receber visitas, conceder entrevista e compartilhar notícias falsas nas redes sociais.
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