Após receber policiais federais a tiros de fuzil e granadas no último domingo (23), o ex-deputado Roberto Jefferson tem sua prisão mantida após audiência de custódia, ou seja, após Jefferson ser ouvido por um juiz, que avaliou suas ilegalidades. Importante destacar que o ex-parlamentar estava em prisão domiciliar e banido das redes sociais desde janeiro. Todavia, em um vídeo postado online, ele insultou a ministra do STF, Cármen Lúcia, o que levou à revogação de sua prisão domiciliar e ao ataque aos policiais.
Tentativa de homicídio
De acordo com um relatório produzido pela polícia federal, Roberto Jefferson atirou nos agentes pelo menos 20 vezes, no qual, dois policiais ficaram feridos por estilhaços de uma granada lançada pelo ex-deputado. Além disso, o Exército abriu um processo administrativo para descobrir por que Jefferson estava estocando armas em sua casa no Rio. Segundo as Forças Armadas, a licença de colecionador, caçador e atirador do político estava suspensa.
Apesar dos crimes cometidos durante a ação, em um vídeo postado nas redes sociais, que por sua vez, viola as regras estabelecidas para a prisão domiciliar, o ex-parlamentar afirmou que não tinha intenção de prejudicar os agentes.
Decisão judicial do caso Roberto Jefferson
A audiência de custódia teve condução pelo desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que nesta segunda-feira (24) manteve a prisão em flagrante do ex-deputado. Desse modo, Jefferson, que no momento se encontra no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deve ser transferido para o Presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, na zona oeste carioca, segundo informações da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária).
Bolsonaro comenta sobre o caso
Após os crimes cometidos por Roberto Jefferson, ligações do ex-deputado com o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, inundaram as redes. Uma delas é a declaração de Bolsonaro em agosto de 2021 de que prisões como a de Jefferson e a do ex-deputado federal Daniel Silveira não poderiam ser aceitas passivamente. “Um ministro do Supremo Tribunal Federal mandar prender, isso não é justo. (…) Temos agora um presidente de partido [Jefferson]. A gente não pode aceitar passivamente isso dizendo: ‘Ah, não é comigo’. Vai bater na tua porta”, afirmou Bolsonaro.
Em suma, apesar do fato, o atual presidente afirmou nesta segunda-feira (24) que o ex-deputado Roberto Jefferson “perdeu a razão completamente” ao atirar contra policiais federais. “O Roberto Jefferson no meu entender tinha tudo para continuar com sua batalha por liberdade, mas quando ele atira em direção aos policiais e lança granada, que seja granada de efeito moral, ele perdeu a razão completamente”, disse o presidente.